Num momento de aquecimento do ramo da construção civil em Imperatriz, que
iniciou a cerca de sete anos, vem criando uma grande massa de trabalhadores –
os “peões” da construção civil como são conhecidos -, e, junto com essa
“peãozada” vem o surgimento de mais uma categoria que tende a se organizar para
reivindicar dos patrões seus direitos e lutar contra eles para conquistar
outros.
“[...]Ela produz, antes do mais, o seu próprio coveiro. O seu declínio e
a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis”. Karl Marx, Manifesto do
Partido Comunista 1848.
O mês de dezembro serve como data-base para que a representação sindical
monte uma mesa de negociações com o sindicato patronal da categoria para
negociações entre índice de aumento de salários, reivindicações de direitos
legais, condições de trabalho, benefícios específicos da categoria, etc. Nesse
momento, o acordo coletivo determina um acordo entre sindicato dos
trabalhadores e do patronato para o período de um ano. Por esse motivo, as
negociações são importantes para conquistas da categoria.
Com o aumento do número de operários, fruto da necessidade de mão de
obra para tocar os investimentos privados nas construções de edifícios, casas,
fábricas, indústrias etc, Imperatriz passa por um momento importante de
consolidação de lideranças que podem surgir de dentro da “peãozada”, que se
levanta para propor conquistas nunca antes pensadas à categoria na cidade.
É nesse ponto que gostaríamos de destacar: até então os processos de
negociação para fechamento do acordo coletivo de trabalho ficava meramente a
cargo da direção do sindicato e uma pequena – ou quase inexistente – parcela
dos trabalhadores, onde o que era fechado ficava meramente em reajustes
salariais que basicamente agradava os empresários, apesar de que para os
empresários o melhor seria 0%, mas como isso é impossível, se contentavam na
garantia no reajuste do percentual dos índices divulgados pelos institutos que
medem a inflação.
O que está acontecendo nessa negociação do Acordo Coletivo de Trabalho
da Construção Civil de Imperatriz é bem diferente, basta saber que os trabalhadores
já vão para a terceira assembleia geral para discutir as propostas e
contrapropostas apresentadas pelos patrões. Ou seja, caso a assembleia não
aceite o que foi proposto os trabalhadores iniciarão o ano sem um acordo
fechado, passando assim para um acirramento entre os interesses dos
trabalhadores e dos patrões. Ouvi de alguns operários que acompanham essa
discussão de que pela primeira vez na história da cidade há uma possibilidade
de que os trabalhadores da construção civil tenham que usar o direito de greve
para forçar conquistas para a categoria, um movimento impensável, até mesmo
pelos trabalhadores.