Há quinze dias recebi um
exemplar do novo livro “CAATINGUEIROS
E CAATINGA” do Sociólogo e professor baiano Esmeraldo Lopes. O
conheci quando visitava seu irmão em Imperatriz. Tive o prazer de trocar algumas
palavras, ou melhor, ouvi-lo, uma coisa que aprendi nessa minha curta vida é
ouvir àqueles que têm algo a dizer e o professor Esmeraldo Lopes é uma daquelas
poucas figuras humanas que têm algo a dizer, sim dizer e não repetir o que
outros dizem.
“A obra não
obedece a parâmetros acadêmicos nem sua condução esteve em algum momento
preocupada com os formalismos "científicos" dessa "ciência"
castrada que anda a fazer redemoinho pelo mundo. Foge disso por classificá-los
como estéreis. É narração, descrição, análise e interpretação impregnada de
impressões, costuradas e alimentadas com imaginação, pois não tratei apenas do
que vi, ouvi ou deduzi, mas também do que percebi pelo caminho do sentimento,
do que pode ter sido. Também não é uma obra literária. É outra coisa que não sei o que é. Tenho a certeza
que ela também não é nada, porque embora a maioria das pessoas tenha a
capacidade de fazer nada com remuneração
e sem muito sacrifício ou sacrifício nenhum, e ao mesmo tempo pegam o nada
feito para apresentálo como feito grande, eu fiz este feito com muito sacrifício
e tenho certeza que ele é alguma coisa. E a coisa, feita exclusivamente à custa de minhas
disponibilidades financeiras e materiais, de cortes em minha própria carne, do
roubo do meu tempo de descanso, do meu tempo de ócio, do meu tempo para
conversar coisas sérias e besteiras, para beber cerveja e para o mais que pudesse
ter sido. Inclua-se aqui também o tempo que pedi emprestado aos caatingueiros
que me concederam entrevistas, dispuseram-se a jogar conversa fora, acataram a
solicitação ou se ofereceram para caminhar pelos chãos de seus lugares
mostrando as coisas, respondendo perguntas, aturando minhas inconveniências e
que me receberam ou me agasalharam em suas casas.”(Esmeraldo Lopes, Caatingueiros e
Caatinga: a agonia de uma cultural, página 6).
Biografia retirada de seu Site Esmeraldo Lopes:
Esmeraldo
Lopes, Curaçá - BA -,1954. Bacharelado: Ciências Políticas e Sociais, pela
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1977 a 1981); mestrado
em Sociologia pela UFPE (2004). Escrevi "Vozes do Mato", 1992;,
"Opara - Formação Histórica e Social do Submédio São Francisco" 1997;
"Caminhos de Curaçá", 2000; "Até Aonde a Memória Alcança: um
estudo sobre caatingueiros e beiradeiros no submédio do Vale do São Francisco",
dissertação de mestrado, 2004.
Sou
professor e com essa atividade ganho a vida, mas não estimo a categoria, pois
acho que entre todos aqueles que ocupam o espaço de professor, 90% não o são,
apenas têm emprego como professor. Embora goste da minha formação, fico triste
em ver tantos pedantes, cujo único fim é se darem bem na vida, usando o título
de sociólogo. Para mim o sociólogo é, antes e acima de tudo, um
profissional-militante, e aqueles que fazem da sociologia um espaço puramente
profissional cheiram a mercenarismo.
Ética
profissional: uma expressão utilizada para proteger safadeza e vagabundagem.
Sou
da Bahia, mas não sou baiano. Fumo, bebo e não tenho medo de ter preconceito,
pois acho que só não tem preconceito quem não é humano; não tenho medo de
julgar e, embora não goste dos julgamentos dos outros, acho que os outros têm
direito a julgamento. Se lamento pelas merdas que já fiz, lamento ainda mais
pelas que ainda farei.
Participei,
como base, da fundação do PT e hoje odeio esse partido, principalmente o
analfabeto sem dedo, por encarnar a traição de um sonho.
Não
sou candidato a ser politicamente correto e acho que os defensores dessa
posição, em verdade, não são mais que um bando de covardes e irresponsáveis que
têm medo de se expor. Para mim, os discursos das chamadas minorias,tais quais
estão postos, sejam elas sexuais, raciais, religiosas, etc., são declarações de
ressentimento e incapacidade. Bem olhado, o sonho que se camuflam nesses
discursos é o da aniquilação das diferenças.
Para
mim só os loucos, as crianças, os imbecis e os otários são capazes da
felicidade.
Vida:
delírio que preenche o espaço entre o nascimento e a morte.
Nascemos
só, vivemos só, morreremos só. A condição humana é a solidão.
Os
rótulos que já me deram e que tomei conhecimento: radical, tarado, doido,
inconsequente, inconveniente... Resolvi, então, me oferecer um rótulo mais
simpático: anarquista reacionário e sem causa.
Sobre Caatinga
e Caatingueiros - Parte 3/6
Quero te dar os meus pesames,pela condenação dos teus correligionarios ,Ze dirceu,delubio e ze genoino.Foi uma amizade profícua e lucrativa para todos voçes,que furtaram TUDO do povo brasileiro ,inclusive a esperança.Não adianta ficar pulando de partido em partido,que dizem ser esquerda.Voçes são os responsaveis por tudo o que está sendo julgano no STF, e por tudo de desonesto que tem no Brasil.Eu sou teu adversario
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