sábado, 10 de novembro de 2012

SUGESTÃO DE LIVRO: “CAATINGUEIROS E CAATINGA”, ESMERALDO LOPES


Há quinze dias recebi um exemplar do novo livro “CAATINGUEIROS E CAATINGA” do Sociólogo e professor baiano Esmeraldo Lopes. O conheci quando visitava seu irmão em Imperatriz. Tive o prazer de trocar algumas palavras, ou melhor, ouvi-lo, uma coisa que aprendi nessa minha curta vida é ouvir àqueles que têm algo a dizer e o professor Esmeraldo Lopes é uma daquelas poucas figuras humanas que têm algo a dizer, sim dizer e não repetir o que outros dizem.

“A obra não obedece a parâmetros acadêmicos nem sua condução esteve em algum momento preocupada com os formalismos "científicos" dessa "ciência" castrada que anda a fazer redemoinho pelo mundo. Foge disso por classificá-los como estéreis. É narração, descrição, análise e interpretação impregnada de impressões, costuradas e alimentadas com imaginação, pois não tratei apenas do que vi, ouvi ou deduzi, mas também do que percebi pelo caminho do sentimento, do que pode ter sido. Também não é uma obra literária. É outra coisa que não sei o que é. Tenho a certeza que ela também não é nada, porque embora a maioria das pessoas tenha a capacidade de fazer nada com remuneração e sem muito sacrifício ou sacrifício nenhum, e ao mesmo tempo pegam o nada feito para apresentálo como feito grande, eu fiz este feito com muito sacrifício e tenho certeza que ele é alguma coisa. E a coisa, feita exclusivamente à custa de minhas disponibilidades financeiras e materiais, de cortes em minha própria carne, do roubo do meu tempo de descanso, do meu tempo de ócio, do meu tempo para conversar coisas sérias e besteiras, para beber cerveja e para o mais que pudesse ter sido. Inclua-se aqui também o tempo que pedi emprestado aos caatingueiros que me concederam entrevistas, dispuseram-se a jogar conversa fora, acataram a solicitação ou se ofereceram para caminhar pelos chãos de seus lugares mostrando as coisas, respondendo perguntas, aturando minhas inconveniências e que me receberam ou me agasalharam em suas casas.”(Esmeraldo Lopes, Caatingueiros e Caatinga: a agonia de uma cultural, página 6).

Biografia  retirada de seu Site Esmeraldo Lopes:

Esmeraldo Lopes, Curaçá - BA -,1954. Bacharelado: Ciências Políticas e Sociais, pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1977 a 1981); mestrado em Sociologia pela UFPE (2004). Escrevi "Vozes do Mato", 1992;, "Opara - Formação Histórica e Social do Submédio São Francisco" 1997; "Caminhos de Curaçá", 2000; "Até Aonde a Memória Alcança: um estudo sobre caatingueiros e beiradeiros no submédio do Vale do São Francisco", dissertação de mestrado, 2004.

Sou professor e com essa atividade ganho a vida, mas não estimo a categoria, pois acho que entre todos aqueles que ocupam o espaço de professor, 90% não o são, apenas têm emprego como professor. Embora goste da minha formação, fico triste em ver tantos pedantes, cujo único fim é se darem bem na vida, usando o título de sociólogo. Para mim o sociólogo é, antes e acima de tudo, um profissional-militante, e aqueles que fazem da sociologia um espaço puramente profissional cheiram a mercenarismo.

Ética profissional: uma expressão utilizada para proteger safadeza e vagabundagem.

Sou da Bahia, mas não sou baiano. Fumo, bebo e não tenho medo de ter preconceito, pois acho que só não tem preconceito quem não é humano; não tenho medo de julgar e, embora não goste dos julgamentos dos outros, acho que os outros têm direito a julgamento. Se lamento pelas merdas que já fiz, lamento ainda mais pelas que ainda farei.

Participei, como base, da fundação do PT e hoje odeio esse partido, principalmente o analfabeto sem dedo, por encarnar a traição de um sonho.

Não sou candidato a ser politicamente correto e acho que os defensores dessa posição, em verdade, não são mais que um bando de covardes e irresponsáveis que têm medo de se expor. Para mim, os discursos das chamadas minorias,tais quais estão postos, sejam elas sexuais, raciais, religiosas, etc., são declarações de ressentimento e incapacidade. Bem olhado, o sonho que se camuflam nesses discursos é o da aniquilação das diferenças.

Para mim só os loucos, as crianças, os imbecis e os otários são capazes da felicidade.

Vida: delírio que preenche o espaço entre o nascimento e a morte.

Nascemos só, vivemos só, morreremos só. A condição humana é a solidão.

Os rótulos que já me deram e que tomei conhecimento: radical, tarado, doido, inconsequente, inconveniente... Resolvi, então, me oferecer um rótulo mais simpático: anarquista reacionário e sem causa.

Sobre Caatinga e Caatingueiros - Parte 3/6

FONTE: Esmeraldo Lopes

Um comentário:

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  1. Eu sou teu adversario12 novembro, 2012

    Quero te dar os meus pesames,pela condenação dos teus correligionarios ,Ze dirceu,delubio e ze genoino.Foi uma amizade profícua e lucrativa para todos voçes,que furtaram TUDO do povo brasileiro ,inclusive a esperança.Não adianta ficar pulando de partido em partido,que dizem ser esquerda.Voçes são os responsaveis por tudo o que está sendo julgano no STF, e por tudo de desonesto que tem no Brasil.Eu sou teu adversario

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