segunda-feira, 25 de novembro de 2013

HOJE É DIA DE LUTA PELO FIM DA VIOLÊNCIA À MULHER

Os casos de violência contra a mulher no Brasil têm crescido de forma alarmante. Mais de 90 mil mulheres foram assassinadas nas ultimas três décadas, sendo que metade disso ocorreu nos últimos 10 anos. De acordo com dados da 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de homicídios dolosos em 2012, de 47.136, representa uma taxa de 24,3 para cada 100 mil habitantes, isso significa um aumento de 7,8% na comparação com 2011. Em mais de 68% dos casos, a violência acontece na própria residência da vítima. A taxa de estupro é ainda mais preocupante, em 2012 o país registrou 50.617 casos de estupro em 2012, o que equivale a 26,1 estupros por grupo de 100 mil habitantes, um avanço de 18,17% em relação a 2011. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, publicado pelo Instituto Sangari, no Maranhão, a cada 100 mil mulheres, 114 são assassinadas. São Luís ocupa o 8º lugar em número de homicídio femininos, com uma taxa de 6,6, no ano de 2010. As mulheres trabalhadoras, pobres e negras são as que mais sofrem e morrem vítima de violência.

A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, e o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, lançado em agosto de 2007, não têm dado as respostas necessárias, no sentido de coibir a violência doméstica e punir os agressores, visto que os índices de violência só têm aumentado. Faltam delegacias especializadas, casas abrigo, profissionais qualificados. A criação de 27 Centros de Referência (Casa da Mulher Brasileira) nas capitais, por exemplo, anunciada em março desse ano, nunca saiu do papel. Ou seja, o governo Dilma não faz os investimentos necessários para que a mulher possa realmente viver sem violência.

O Estatuto do Nascituro representa um ataque aos direitos reprodutivos da mulher e um retrocesso na luta pela legalização do aborto. Esse Projeto prevê o pagamento de uma bolsa às vítimas de estupro que ficarem grávidas, como alternativas ao aborto. É inadmissível que esse projeto continue tramitando no Congresso, temos que exigir seu arquivamento já!

Considerando a necessidade da organização das mulheres trabalhadoras para lutar pela transformação dessa realidade, o vitorioso Encontro Nacional do MML, realizado de 04 a 06/10, em Sarzedo-MG, que reuniu mais de 2.300 mulheres, deliberou pela realização de uma campanha nacional com o objetivo de construir um programa e organizar, através da luta direta, ações que exijam do governo dos patrões e do Estado medidas pelo fim da violência contra as trabalhadoras.

O MML-MA conclama todas as mulheres maranhenses a se juntarem a nós na construção dessa campanha.

NÃO PERCA HOJE O LANÇAMENTO DA CAMPANHA, ÀS 18 HORAS NA ÁREA DE VIVÊNCIA DA UFMA!


LUGAR DE MULHER É NA LUTA



Em Imperatriz as discussões sobre a questão da violência contra a mulher são puxadas pelo Fórum de Mulheres de Imperatriz e pelo Movimento feminista com a realização da campanha 16 dias de ativismo que promoverá uma extensa programação visando a conscientização das mulheres por seus direitos, reivindicações ao poder público no que se refere a garantia de políticas públicas em defesa da vida e da saúde da mulher, e ainda, campanha de conscientização para adesão dos homens no combate à essa violência que é enraizada através do machismo e do poder econômico através de assédios morais e sexuais nos locais de trabalho. Confira a programação completa abaixo:

Programação dos 16 dias de ativismo
25/11   Entrega  Puta de  Reivindicações do Fórum de Mulheres  ao  Ministério Publico Estadual, Defensoria Publica Estadual, Vara da Mulher, e Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher  e Secretaria Estadual da Mulher
25/11—Panfletagem na Praça de Fátima -
26/11- Audiência Popular com mulheres/comunidade são Jose do Egito as 19 hs
27/11-- Panfletagem Calçadão
28/11- Panfletagem no Bacuri e Audiência Popular parque Anhanguera as 19 hs
29/11- Panfletagem Beira rio
30/ 11- Panfletagem Mercadinho
03/11- Audiência Popular Parque Alvorada organização do Fórum Mulheres e Associação de Moradores
06/12- Laço Branco. 59 bis
10/12-Entrega da Medalha Padre Josimo no Sind. Saúde as 17 horas.
O MML-MA conclama todas as mulheres maranhenses a se juntarem a nós na construção dessa campanha.

EVENTO NA UFMA DEBATE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBANA

A Coordenação do Curso de Licenciaturas em Ciências Humanas – CCSST da Universidade Federal do Maranhão/UFMA-Campus de Imperatriz coordenado pelo prof. Doutor Agnaldo Silva dará início a III Jornada de Ciências Humanas que nesta edição apresenta discussões com o tema “Tramas e Práticas Urbanas: desafios de mobilidade e acessibilidade nas cidades de médio e grande porte”. O evento que tem inicio nesta terça-feira(26) com inscrições e credenciamento a partir das 18:00, logo após será realizado a palestra de abertura. A jornada vai até sexta-feira(29) com mini-cursos, oficinas, painéis etc. sempre encerrando com palestras à noite.

A III Jornada terá como objetivo levantar questões acerca da mobilidade e acessibilidade de forma ampla, fazendo com que os participantes reflitam diante dos desafios para superar os problemas encontrados nas cidades de médio e grande porte.

Muitas questões devem ser levantadas tendo como referência nossa cidade, Imperatriz, segunda do Estado em população com cerca de  247.505 hab. (censo 2010) e estimada em  251.468 hab. – segundo IBGE -  que vem acumulando ao longo de sua história problemas de pequenas cidades, como falta de infraestrutura de ruas e praças que atendam os requisitos de acessibilidade e mobilidade. E, com o atual aumento de volumes de investimentos privados em novas habitações, empresas e indústria esses problemas se agravam principalmente na circulação das vias, em grande maioria estreitas e com péssima conservação.

Apesar do corpo acadêmico seja o público alvo, com participação direta do curso de Licenciatura em Ciências Humanas (sociologia), é de grande importância que os movimentos sociais organizados de defesa dos portadores de necessidades especiais - principalmente de locomoção e visual - entre outros levem suas demandas para serem debatidas no evento e também o poder público. A universidade propicia esses debates para justamente colaborar com sugestões para aqueles que têm influência direta na solução dos problemas tenham contato com as pesquisas produzidas na academia que podem ser aplicadas na vida real da cidade.

Mais informações sobre a III Jornada de Ciências Humanas pode ser obtidas na coordenação do curso na UFMA ou com a comissão organizadora que tem a participação de vários estudantes como monitores.

sábado, 23 de novembro de 2013

ENSAIO TRUPE DE HABILIDADES CIRCENSES

Arte alternativa da Trupe de Habilidades Circenses colocando em forma de música o que eles fazem no dia a dia, é arte de todas as formas e pra todos os gostos. Confiram e compartinhem.
"Ide e Malabarizai!"

terça-feira, 19 de novembro de 2013

RAÇA E CLASSE.

Mobilizações de consciência de classe e negra movimentam as duas principais cidades do Estado do Maranhão nesta semana da consciência negra.


Em Imperatriz, o Centro de Cultura Negra – Negro Cosme realizará nesta quarta-feira(20/11) na praça da Cultura o já tradicional HIP-HOP ZUMBI, em homenagem aos lutadores pelo ideário libertário e da defesa racial. O show acontece a partir das 18hs: “esse evento busca justamente isso, dialogar e buscar a união entre as etnias! o Hip Hop busca promover através do conhecimento elem da consciência, e, assim o fortalecimento da auto-estima do povo preto...” escreveu em seu facebook o militante do CCN, Wesley Lucas.


Em São Luís, o movimento Raça e Classe e Quilombo Urbano durante toda essa semana estão promovendo debates com o tema: “Pelos Amarildos, da Copa eu Abro Mão” levantando o genocídio que ocorre nas periferias de todas as cidades brasileiras do povo negro e pobres. Os debates terão como ponto alto a realização da 8ª Marcha da Periferia que acontecerá no dia 22/11 e ao final um show de hip-hop na Praça Deodoro.


A Marcha da Periferia que está na sua 8ª edição no Maranhão este ano outras cidades brasileiras também realizaram sua primeira: São Paulo, São José dos Campos, Bauru, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Maceió, Fortaleza e Belém entre outras. 



sábado, 9 de novembro de 2013

O ERRO DA TÁTICA “BLACK BLOC”

Desde as mobilizações de junho de 2013 no Brasil surgiu em cena o “BLACK BLOC” jovens que se vestem de preto e cobrem a face - ao estilo movimento zapatista do México - e, empunham uma bandeira negra com o símbolo da ideologia política e social anarquista. Não podemos defini-los como “movimento”, “agrupamento” ou “coletivo”, pois como eles mesmos se definem “BLACK BLOC não é um movimento, BACK BLOC é uma tática militante”. Tática essa que tem como ação principal o confronto com as forças militares e a ação contra símbolos de opressão ou de opressores identificados como empresas, principalmente financeiras, que representam o modo de produção explorador que é o capitalismo. É importante que os leitores deste texto pesquisem sobre a filosofia e teorias anarquistas – basicamente seria uma organização política, social e econômica sem a existência de Estado ou de qualquer tipo de hierarquia com a função de determinar as ações individuais, ou seja, a formação da sociedade se daria pela auto-organização, sem direção, dos indivíduos livres - para entender melhor nossa crítica sobre o erro tático que vamos levantar. 

Voltemos ao auge das mobilizações, os BLACK BLOC apareciam em meio aos manifestantes e seguindo sua tática agiam, naquele momento a maioria dos manifestantes não entendia a forma de reivindicar BLACK BLOC. Passado algum tempo e assim diminuindo o número de manifestações e pessoas sua presença ficou cada vez mais perceptível iniciando/encerrando ou apenas encerrando atos. Seus atos diretos colocam rapidamente - da forma com que vemos a mídia da burguesia definindo-os: vândalos, baderneiros, os mascarados etc. – contra seus princípios libertários. A partir daí a tática passou, a nosso ver, ser um “erro BLACK BLOC”, a tática que seria uma forma de despertar o espírito de luta contra as forças repressoras e ao capitalismo tornou-se um exemplo de deseducação revolucionária das massas – apesar do próprio BLACK BLOC fazerem propaganda de consciência de classe através de panfletos -.  No momento em que passaram a se apresentar como os únicos e suficientes dispostos a agir da forma “[...] que os manifestantes não têm coragem”, ou seja, dando o mau exemplo de que seria necessário apenas um aglomerado de “sem rostos” para confrontar a hegemonia do capital e suas superestruturas de estado, onde o correto seria a auto-organização das massas em torno de um objetivo comum como diz Engels ao citar



“Portanto, querendo-se pesquisar as forças motrizes que - consciente ou inconsciente e com muita freqüência inconscientemente - estão por trás destes móveis pelos quais atuam os homens na história, e que constituem as verdadeiras molas mestras da história, não nos deveríamos fixar tanto nos móveis de homens isolados, por muito importantes que fossem, quanto naqueles que mobilizam grandes massas, povos em bloco e, dentro de cada povo, classes inteiras; e não momentaneamente, em explosões passageiras como fugazes fogos de palha, mas em ações continuadas que se traduzem em grandes transformações históricas." (ENGEL, apud FRAMARION, 2002, p. 464; grifo nosso)


Essa tática na verdade desloca a classe trabalhadora, ao se colocarem como os últimos “moicanos”, recentemente há até a adesão de um super-herói - “batman” do Rio empunhando a bandeira negra do anarquismo – veja como o simbolismo pode ser distorcido -  podem ser comparados ao que fazem os partidos reformistas, que mesmo se dizendo de esquerda, não conspiram contra a ordem do estado burguês, limitam-se a reivindicar liberdades democráticas, como se a burguesia fosse dar o poder de mãos beijadas sem lutar. Ou seja, essa ação BACK BLOC é muito parecida com as organizações do estado – ao assumir o papel das massas - dizendo com ações que apenas a tática aplicada é o bastante.

Os marxistas sabendo que a burguesia através de seus aparatos repressores são violentos e reacionários, e é, nesse momento que uma tática como as do BACK BLOC é válida, para a defesa dos camaradas contra as ações das forças repressoras, mas o mais importante é a conquista das consciências dos trabalhadores para se reconhecerem na classe e conscientemente tomar posturas de ataque contra a ordem estabelecidas, um “BLOC”(bloco), seja BLACK (preto), vermelho, amarela ou um arco-íris mas juntos por um ideal de sociedade, o socialismo.  

Vale a pena ler outro artigo: 

Anarquismo e Marxismo, o debate segue


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DE UMA IMPERATRIZ DOS “SONHOS“ A UMA IMPERATRIZ REAL

Não diferente do processo de colonização do Brasil através da “necessidade” de pilhagem de outros continentes pelo “velho mundo” – Europa – e do Maranhão desde os tempos das capitanias hereditárias a nossa região e em especial nossa cidade passou por vários momentos de pilhagem, seja pelo ciclo da Madeira, do arroz através dos grandes latifúndios – em grande parte grilada – até a especulação imobiliária e o atual processo de industrialização, se apenas a instalação de uma ou outra empresa pode ser considerado industrialização.

Em um artigo recente o assessor de comunicação do governo Sebastião Madeira/PSDB, Élson Araújo, postou em seu blog mais recente artigo intitulado “Outra Imperatriz” no qual não esconde seu entusiasmo na “evolução” da economia Imperatrizense e mais uma vez procura capitalizar politicamente o que independe de uma gestão – vinda de empresas – no mais quando há interesse ele pode abrir mão de arrecadação para tornar mais atrativo/lucrativo à instalação como acontece em qualquer cidade do Brasil, ficando assim com o ônus social/ambiental a população. Essa propaganda lembra muito Joseph Goebbels (propagandista do governo nazista Alemão) que dizia "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade"1.

Vejamos, com uma política macro econômica promovida pelo governo neoliberal do PT, com o nome de PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, nos últimos anos que vem liberando aos grandes aglomerados empresariais linhas de créditos através do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a exemplo dos recursos liberados em 2011 (cerca de R$ 1,2 bilhão) cujo valor total do aporte seria de R$ 2,2 bilhões para empresa Suzano papel e Celulose2 e, para a hidroelétrica de Estreito o financiamento foi de R$ 2,6 bilhões3 só pra citar dois grandes mais conhecidos e propagados.

Imperatriz é realmente outra? Apesar de ver construções de edifícios pela cidade e conjuntos habitacionais, em áreas de especulação imobiliárias há décadas inclusive com a aparição de decisões judiciais para reintegração de posse como é o caso da Vila Zenira, sendo que a finalidade não é a de reduzir o déficit habitacional histórico mas garantir empreendimento imobiliários – também com linha de crédito de bancos Estatais - para os trabalhadores de até R$1,5 salários, instalação de shoppings vinda de uma indústria e suas “satélites”, instalação de cursos técnicos e superiores e futuramente o de medicina é comprovação de que Imperatriz é outra?

A nosso ver esses empreendimentos mudaram as vidas dos empresários – em primeira ordem – e dos políticos que detém o poder que tornam ainda mais lucrativos seus empreendimentos – em segunda ordem – aos trabalhadores a realidade ainda é a mesma. Mesmo aqueles que estão sendo explorados com salários precarizados com um grau de rotatividade no emprego altíssimo, principalmente na construção civil basta ir aos sindicatos de classe e agências do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego para constatar. Os cursos nessa lógica de criar força de trabalho de reserva – dito qualificada – é a garantia de manter entre a classe operária a concorrência, que garante a linha progressiva de redução dos salários.

A promessa de um curso de medicina mudou a realidade da saúde de Imperatriz? Não, e infelizmente ainda vão fazer muita propaganda para enganar a população em cima desse discurso. Só quem não conhece o caminho para que realmente inicie as aulas nessa formação é que já está pensando em fazer a inscrição amanhã. Basta perguntar aos alunos do curso de engenharia de alimentos e enfermagem da UFMA, já instalados no campus avançado do Bom Jesus, se apenas ter um prédio recém inaugurado é suficiente. Só quem não precisa ir num posto de saúde de bairro é que diz que a saúde pública de Imperatriz está melhor, mas ao mesmo tempo, tentam impedir que os defensores públicos tenham a liberdade de adentrar neles como já aconteceu por quem propaga as mudanças.

Não consigo visualizar o que esses empreendimentos que vieram para Imperatriz vêm ajudando ao município resolver seus problemas graves de infraestrutura seja na Saúde, educação, saneamento, etc. O pouco que a prefeitura faz não condiz com o discurso de uma tal “Outra Imperatriz” pelo contrário que vemos é um acirramento de outros problemas comuns em grandes cidades que é cada vez mais o isolamento da miséria para fora do alcance dos olhos das elites, com a expansão da central da cidade os bairros antes periféricos passam ser centrais e assim criando outras periferias mais afastadas geograficamente, isso não significa o fim delas.Outra Imperatriz: todos os bairros com saneamento básico, água encanada, escolas públicas com infraestrutura para a prática de lazer e esporte, postos de saúde com medicamentos, servidores públicos bem remunerados e motivados, uma infraestrutura de vias urbanas que propicie a acessibilidade e mobilidade urbana, transporte público de qualidade com custo baixo, rio Tocantins protegido contra os agentes poluidores (esgoto e industriais), uma gestão que vise o bem estar aos trabalhadores e vulneráveis economicamente e socialmente, etc. Essa Imperatriz não é resultante de um gestor, mas de um povo consciente desses objetivos e organizados em suas entidades civis que discutam e tenham intervenção junto às políticas e ações públicas.



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1-citado em "The Sack of Rome" - Page 14 - por Alexander Stille e também citado em "A World Without Walls: Freedom, Development, Free Trade and Global Governance" - Page 63 por Mike Moore - 2003 (fonte: http://pt.wikiquote.org)

domingo, 3 de novembro de 2013

HOJE ALIADO (CAPACHO), AMANHÃ OPOSIÇÃO (CONVENIENTE)

O parlamento Imperatrizense tem figuras bastante interessantes do ponto de vista pedagógicas para explicar como funciona a tal representatividade do povo no parlamento. Desde vereadores da base do governo que após ter votado pela criação da “CPI da CAEMA” e que devem retirar seus votos depois da ordem do patrão. Mas vamos expor esse último, que considero mais relevante e não tão sui generes como parece, o caso do vereador João Silva que além de ser da base do governo também é detentor de um contrato de aluguel de um prédio que funciona uma escola pública, que tem diploma de direito e quer cessação de direito democrático de um corpo educacional (professores e pais de alunos) de escolher a direção escolar.

Não pensem que vou entrar justamente nesse debate, não, não vou, já há outras pessoas que estão fazendo com propriedade. Prefiro pôr o dedo direto na ferida e demonstrar que além do interesse de legislar em causa própria como diz o post do blog Marcelo Lira  o que está em jogo não é o simples fato de voltar ao poder do executivo municipal o poder de indicação das direções dessas unidades escolares. Mais do que ter um correligionário – cabo eleitoral – como dirigente de uma escola indicado através de uma barganha por apoio político está o poder de manipular recursos do PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola, verbas transferidas do governo federal direto para as unidades escolares para serem gastos com a compra de merenda escolar até pequenas manutenções predial geridos através de uma conta bancária e gerenciada por esses diretores. 

O projeto de lei sugerido pelo vereador, que vai na contramão da luta social por democracia na gestão da coisa pública para agradar o prefeito e a ele próprio. Mas há uma situação que pode ser protelada – e já está – por muitos meses e/ou alguns anos, mas não para sempre que causará uma mudança radical de posição do vereador João Silva que hoje se coloca em favor dos interesses mútuos. Essa mudança é o calcanhar de “Aquiles” de políticos como segundo o próprio vereador em discurso da tribuna propícia a “aquisição de seus votos”, conforme post do blog de Kely – isso mesmo aquisição, esse tipo de político compram votos não conquistam.

A foto abaixo é a da escola que há três anos iniciou sua construção e a mais de seis está concluída sem funcionar. Ela pode ser o motivo da mudança de posição do vereador com relação ao governo municipal, caso seja transferidos os alunos das várias escolas alugadas que fica nos entornos dos bairros: Boca da Mata, Bom Sucesso, Asa Norte, Planalto e São José, inclusive a do próprio vereador. A única saída para não mexer no contrato e no controle dos correligionários do prefeito a essas escolas alugadas seria a criação de novas vagas ou a transferência de outra escola pública para o local, vai depender muito da força de coerção que vereador possa ter e a importância do papel que cumpre na defesa dos interesses da gestão municipal.

Cabe a nós nesse momento apoiar a classe dos professores ao se posicionarem contra esse retrocesso e aguardar como se desenrolará os próximos espetáculos no picadeiro do circo dos horrores que é a câmara municipal de Imperatriz com seus sujeitos que só nos ensina o que não devemos ser e como não podermos aceitar como política que representa interesses próprios e de grupos para a manutenção do poder nas mãos dos ricos.