A
forma de ocupação territorial no Brasil seguiu a mesma lógica geográfica
empregada nos países europeus de uma tradição medieval. Algumas dessas formas
podem ser facilmente percebidas nos espaços urbanos das cidades como: São Luís,
Grajaú, Barra do Corda e Imperatriz entre muitas outras. Ocorria da seguinte
forma, os colonizadores – muitos deles religiosos – escolhiam o ponto mais
elevado da cidade para construir uma igreja, descendo o morro em formato
elíptico os casarões das famílias mais abastadas da época, em outros casos,
essa igreja ficava próximo ao rio, que naquela época era o principal meio de
ligação entre as províncias.
Na
sociedade moderna a ocupação dos espaços das cidades ainda segue a mesma lógica
cada vez mais segregadora, reafirmando a divisão de classe (patrão x
empregado/burguesia x proletariado). Muitos são os exemplos da divisão
territorial urbana que reflete esse aparthaid social, vamos pontuar alguns
desses exemplos que vemos mais explicitamente.
As
crescentes construções de prédios verticais para fins residenciais de classe
média alta são construídos em áreas estrategicamente pensadas para dar mais
comodidade: localização próxima ao centro comercial, acesso (avenidas e ruas
com asfalto), infraestrutura de saneamento básico, para alguns, levam em
consideração à proximidade de pontos naturais como rios. Em muitos casos o
poder público corre para atender essas condições exigidas para garantir essa
comodidade, além de concessões ambientais para a construção dos mesmos. Os
bairros de alto padrão também usam os mesmos critérios.
Uma
lei básica da física diz: “Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço
ao mesmo tempo” (Isaac Newton), então onde estariam as moradias dos
trabalhadores de baixa renda? Fácil responder: estão cada vez mais distantes
das áreas de lazer – que ficam no centro urbano -, dos órgãos públicos, do
centro comercial; Localizadas nas áreas chamadas de periferias e/ou favelas das
cidades. Nos últimos anos o governo federal deu início a um programa
habitacional que mais parece áreas de concentração do regime nazista –
guardados os devidos exageros -, visando o isolamento dos trabalhadores de
baixa renda aos bairros cada vez mais distantes. Aos trabalhadores que só tem
essa opção para ter uma moradia ficam a cada vez mais vulneráveis no
atendimento de serviços públicos como o de transporte público, já tão precário
até mesmo nas áreas centrais além do perigo ao terem que transitar por vias de
grande tráfego de veículos pesados, como é o caso de Imperatriz.
Na
cidade ainda existem grandes áreas no centro da cidade e nas proximidades que
estão servindo para a especulação imobiliária, além do que a valorização
imobiliária devido aos empreendimentos que têm chegado à cidade torna cada vez
mais valioso e estratégico.