Trecho da apresentação e recital do cantor Lirinha, durante o II Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão - Clisertão 2014. O evento é uma realização do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secult-PE, Fundarpe, Universidade de Pernambuco, em parceira com a Prefeitura de Petrolina.
sábado, 20 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
SÉRIE DE ENSAIO LITERÁRIO DO CALCH: MANOEL DA CONCEIÇÃO
MINHA PERNA É MINHA CLASSE
(Manoel Conceição, 1968)
O título desse texto foi pronunciado pela primeira vez em 1968, por um homem que tinha o sonho de ver a justiça sendo feita a favor daqueles que só queriam um pedaço de terra para produzir o pão de cada dia. Manoel Conceição é o nome dele. Sim! É o senhor Manoel Conceição que pretendemos homenagear colocando seu nome no Centro Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão, campus Imperatriz.
Não é fácil falar da história de Manoel Conceição em apenas duas laudas, pois sua luta no Maranhão e no Brasil foi tão marcante que duas folhas não comportariam mesmo que de forma concisa a história desse homem.
Uma prova dessa impossibilidade de retratar a história de Manoel Conceição em duas laudas é o livro do historiador e jornalista Adalberto Franklin que escreveu a biografia de Manoel em quase 350 páginas. Na orelha do livro de Franklin há um resumo do resumo da vida e das lutas de Manoel no Maranhão. Diz Franklin:
Figura como um dos mais destacados líderes do campesinato brasileiro na segunda metade do século XX. Nascido no interior no Maranhão onde os camponeses viviam num regime de semifeudalismo, sob a bênção ou a opressão dos coronéis latifundiários, experimentou desde cedo a desobedecer os comandos de servidão e a lutar pelo direito à terra e à vida digna.
Nessa luta, nascida de revolta que adquiriu depois de ver sua família ser expulsa diversas vezes de suas terras, e ter escapado das balas de jagunços e policiais a serviço do latifúndio, Manoel aprendeu como se organiza a estrutura do mundo capitalista e como agem os seus tentáculos, contra os quais passou a combater, liderando milhares de camponeses na região do Pindaré, no Maranhão.
Eleito inimigo do regime militar foi caçado, baleado, preso, torturado e exilado do Brasil, mas o mundo solidarizou-se sua luta. Na Europa, denunciou as atrocidades do regime. Anistiado,retomou suas lutas pela construção de um Brasil democrático, solidário e justo. (FRANKLIN, 2014)
Manoel é um Maranhense que ousou ir de encontro aos interesses dos poderosos depois de ter sentido uma das mais duras dores que um trabalhador camponês pode sentir: perder suas terras. Ele poderia ter se calado e aceitado de forma pacifica o que determinou os coronéis latifundiário, mas Manoel não tinha o espírito covarde, muito pelo contrário, ele levantou a bandeira de luta a favor dos camponeses que estavam sofrendo a mesma dor da sua familia - perder suas terras.
Depois de mobilizar e organizar os camponeses, Manoel Conceição vivendo no auge da ditadura militar, passa a ser perseguido por esse regime. Manoel viu muitos de seus companheiros serem assassinados e presos pela ditadura. Manoel sofreu muitos atentados que pretendiam tirar sua vida e assim desmobilizar os camponeses que a cada dia se uniam mais em busca da tão sonhada justiça. Um desses atentados, Manoel é baleado na perna e preso pela polícia, isto resultou no amputamento de uma de suas pernas.
O pior ainda estava por vir na vida de Manoel Conceição. José Sarney governador do Maranhão na época queria comprar o silêncio de Manoel. O mesmo que agiu contra os camponeses nos bastidores, tinha um discurso em público como se fosse o guardião dos mesmos. Sarney tenta comprar a dignidade e a ética de Manoel Conceição oferecendo a esposa de Manoel uma perna mecânica, mas com uma condição: que Manoel parasse lutar em favor do povo. As palavras de Manoel diante da proposta do governador foram: “Eu tinha minhas duas pernas, ele mandou uma e agora quer me comprar? Eu posso usar uma perna mecânica se for paga pelos meus companheiros... Minha perna é minha classe!” (FLANKLIN, p. 240, 2014 - Grifo nosso).
Ao analisar a vida e luta de Manoel, constatamos que o mesmo seria a pessoa ideal para ser homenageada pelos acadêmicos do curso de Licenciatura de Ciências Humanas, pois assim, poderíamos guardar na memória os velhos combatentes e seguir trilhando o mesmo caminho irrenunciável da luta pela terra, por uma verdadeira democracia e contra o imperialismo.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
CONCURSO LITERÁRIO DOS ACADÊMICOS DA UFMA: FLORESTAN FERNANDES
Reproduziremos aqui, em forma de
série, os textos que participam do concurso literário promovido pelo C.A. de
Ciências Humanas da UFMA para a escolha do nome que será dado ao CALCH de
Imperatriz. Após a disponibilização dos textos no blog do CALCH foi criada uma
enquete para o processo de escolha. Segue o primeiro e ao final o link para os
demais textos:
Florestan Fernandes: Um nome a ser lembrado
Educar para libertar, o ensinar democraticamente e o lutar pelo os
ideais da sociedade, caracteriza o verdadeiro sociólogo, um cientista social
que não se fatiga na sua busca e na sua inquietação constante. Todas estas
características tornaram Florestan Fernandes, talvez não o mais conhecido
sociólogo brasileiro, mas certamente um dos mais dedicados.
Nascido em São Paulo nos anos 20, filho de uma imigrante
portuguesa analfabeta, aos seis anos, Florestan também começou a trabalhar,
primeiro como engraxate, depois em vários outros ofícios. Para ele esse foi o
início de sua aprendizagem sociológica, pelo contato que teve com muitas
pessoas. Aos dezoito anos foi aprovado para cursar Ciências Sociais na USP. Foi cassado durante a ditadura militar,
onde teve que sair do Brasil indo lecionar nos EUA e no Canadá.
As ideias de Florestan Fernandes inaugura uma nova fase da
sociologia no Brasil. Através dela, podemos fazer uma análise critica a outros
já consagrados sociólogos através
da releitura de suas obras. Além destes, Fernandes também dialoga com os
grandes nomes da sociologia mundial, tais
como: Comte, Marx, Weber, Durkheim entre outros. Todavia, ele também formulou
contribuições originais que deram novas possibilidades para a reflexão crítica.
Fernandes defendeu a construção da sociologia como um sistema de pensar a
realidade social. Tinha o compromisso com as exigências lógicas e teóricas da
reflexão científica que representam uma contribuição simples, porém necessária
para o amadurecimento da sociologia.
Todas as pesquisas realizadas por Florestan Fernandes, assim
também a sua influência, abrem novos caminhos para a reflexão sobre a sociedade
e a história. Uma parte importante da sociologia de Fernandes concentra-se na
pesquisa e interpretação das condições e possibilidades das transformações
sociais. A revolução social é um dos seus temas mais frequentes. Autor de diversas obras, Fernandes é um dos maiores
sociólogos deste país, ao lado de Paulo Freire, Caio Prado Junior, Gilberto
Freire entre outros.
Em observância aos costumes
e a cultura da nossa universidade, apresentamos a honrada diretoria do Centro Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Humanas
- LCH, o nome deste grande sociólogo brasileiro Florestan Fernandes, para que
esse C.A possa ter uma identidade cultural genuinamente brasileira, a exemplo
da universidade que traz em seu brasão a memorável frase “A vida é combate”
do nosso grande poeta maranhense Gonçalves Dias.
O nome de Florestan
Fernandes para o nosso C.A, resgata não somente as nossas raízes, mas também
nossa identidade cultural e nossa brasilidade. Com todo respeito aos grandes
mestres da sociologia, seguimos decididamente o nosso conterrâneo Fernandes,
para que seu nome também nos faça lembrar da contribuição do nosso país para a
sociedade, como também nos alimente da esperança e do ânimo para também
motivados por ele, possamos deixar nosso contribuição, ainda que generosa, mas
que seja capaz de melhorar nossa sociedade.
Portanto, deixamos aqui
a nossa proposta que certamente ao escolhermos, estaremos fixando nesta
renomada universidade um nome que contribuirá para a manutenção do nosso
patriotismo, um nome que um vez escolhido receberá um tributo mais do que justo
por parte de
todos os amantes da sociologia. Ao escolher Fernandes, a UFMA campus
Imperatriz, com seu competente quadro de docentes e seus diletos discentes, homenageará um sociólogo, um brasileiro, um pensador.
Próximos textos: Manoel da Conceição - MINHA PERNA É MINHA
CLASSE
Rosa Luxemburgo - “LUGAR DE MULHER
É AONDE ELA QUISER”
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
CENTRO ACADÊMICO DA UFMA REALIZA CONCURSO LITERÁRIO
Os dirigentes do atual gestão
Contra Correntes do C.A. de Licenciatura em Ciências Humanas da Universidade
Federal do Maranhão lançaram junto às turmas do curso um concurso literário
para escolher o nome que será dado ao C.A. Durante um mês os estudantes
deveriam encaminhar à comissão organizadora os textos, dos quais três seriam disponibilizados
para o julgamento e voto dos alunos. Os três textos finalistas encontram-se
disponibilizados no blog do C.A. e indicam os nomes do Sociólogo brasileiro
Florestan Fernandes, do militante camponês Manoel Conceição e da filósofo e
militante de esquerda alemã Rosa Luxemburgo.
Conforme as regras do concurso o
texto deveria ser um ensaio curto com no máximo duas laudas e seriam escolhidos
conforme a criatividade e originalidade do texto. O processo de escolha do
texto vencedor será feito pelos estudantes do curso em data a ser definida.
Essa é uma das ações acadêmicas/culturais
que a gestão do C.A. vem desenvolvendo. Entre as já serão desenvolvidas durante
a gestão estão cursos de formação política e outras que fomente a produção
textual com o viés cientifica dando oportunidade aos acadêmicos a desenvolver
as capacidades de relacionar o conhecimento discutido nas disciplinas e a
realidade.
Assinar:
Postagens (Atom)