sábado, 30 de junho de 2012

DA DEGENERAÇÃO DOS PARTIDOS DE ESQUERDA

Há três momentos na vida de um partido político de esquerda, que correspondem respectivamente a sua criação ou formação, desenvolvimento ou estado intermediário e chegada ao poder, a primeira fase resulta tanto do rompimento de um partido anterior de mesma ideologia, que atingiu o poder renegando sua postura para absorver uma conciliação de modo a perder sua essência e sua militância ideológica, quanto da própria posição ideológica ou discordância de táticas e estratégias e neste último caso bem mais raro. No segundo estágio ou estado intermediário, o partido encontra-se consolidado no tocante a uma unidade, com forte militância, com grande aceitação popular, a um passo da transição para o poder político institucionalizado, em outras palavras o poder adquirido pelo mandato, porém com os primeiros elementos da fissura política que o fragmentará, enquanto partido de conciliação ou o firmará, a terceira e ultima fase relacionada diretamente à segunda acontece necessariamente depois do embate das forças heterogêneas que compõe o partido, que terá com resultado o avanço da ala mais reacionária e a quebra da linha que o mantinha atrelado as suas origens e a consequente chegada ao poder ou o seu estagnamento no segundo estagio. A primeira fase marcada, identificada e capitaneada pelo purismo ideológico constitui o momento mais importante e difícil para estruturação e tomada do poder, tendo em vista que e nesse momento que o partido passará pelo seguinte dilema: crescer e agregar as futuras forças que irão ser os elementos de seu seccionamento, ou se fechar e incorrer no erro de desaparecer, portanto, as fases posteriores são resultado direto da sua formação e progresso inicial, e que a lei de formação dos partidos de esquerda é cíclica, mutável e circunscrita pelos propósitos políticos de frentes conservadoras e conciliadoras.

Se a formação é um momento único e de suma importância para desenvolvimento e futuro êxito de um partido de esquerda, então fica clarividente que a esquerda tem falhado em seu propósito, precisamente neste momento, seja por formá-lo de maneira a não ultrapassar as linhas da teoria ,seja por sua incompetência de gestão e maneira de articulação interna, seja por sua maneira incoerente de gerenciar seus projetos. As linhas clássicas de formação comunista tem se mostrado ineficientes, tendo como resultados insanidades e aventuras pelo poder, tornando notório que a grande desgraça esta em si mesma por está confundido o partido como um fim, e não um meio para um fim, não percebendo que o grande entrave para a chegada ao poder reside em sua estrutura hierárquica e suas relações internas de poder, e que o capitalismo não é o único responsável pela desestruturação e aniquilamento da esquerda, que a solução para ruptura está em uma nova concepção de partido, capaz de transformar e arregimentar novas ideias para a definitiva consecução do comunismo.

Urge então, a necessidade de um replanejamento dos partidos, considerando que o partido é apenas um instrumento para executar um trabalho, e que concebido como ferramenta deve obedecer a todas as leis da composição da mesma: norma da simplicidade, preceito da clareza, a utilidade e, sobretudo, a eficiência para ter em sua nova concepção apenas duas partes: uma composta pelos radicais que serão as barreiras para a não degeneração do partido e que ocuparão as mais altas posições na hierarquia, de modo a ser uma contenção contra oportunistas e conservadores, e a outra parte moderada que fará a ligação entre os radicais e os operários, servindo como negociador, de maneira a não deixar o partido sobre a tutela exclusiva dos radicais, e limitando o poder dos mesmos e sendo limitado de forma a encontrar o equilíbrio, desta composição resulta dos vetores de igual módulo absoluto, com mesma direção e intensidade, todavia em sentidos opostos, de maneira a se anularem, pois, enquanto os radicais servem ao propósito de manter inalterada a causa , os moderados ou negociadores trabalham no sentido de criar vínculos com o povo e assim como se anulam e se complementam , forçando o partido ao um nivelamento necessário de forças, de intenções e de horizonte.

A lei cíclica para o qual os partidos de esquerda se sujeitam, demonstra que eles conservam sua ideologia inalterada, o que esclarece em primeiro plano, que o motivo para o seu insucesso encontra-se intimamente ligado as suas estratégias internas, a suas metodologias de luta, fundamentalmente a sua organização interna, e em segundo plano que a causa com seu conjunto de ideias, restritamente de ideias, jamais de práticas, sua parte teórica, suas linhas mestras de princípios, entendida aqui como marxismo, são menos responsáveis pelo seu eventual fracasso do que se pensou até agora, levando-se conta que uma grande ideia pautada e firmada na mais genuína ciência, elaborada sobre a supervisão do mais rigoroso método cientifico moderno, quando não consumado com sucesso recaí a responsabilidade sobre seus executores. 

Isac Santos, estudante de Administração/UEMA-CESI e militante do PSTU de Imperatriz

terça-feira, 26 de junho de 2012

ALGO DIFERENTE EM IMPERATRIZ

É muito interessante a dinâmica dos acontecimentos, que se pararmos por um instante, acaba-se percebendo. Acontecimentos esses que vão desde o cotidiano das conversas com os trabalhadores, ao percebermos uma mudança de consciência; passando pela política burguesa, ao vermos adversários do poder, hoje, procuram entendimento com seus, até ontem, opositores, e, velhos aliados virando as costas para vôos sozinhos. Vemos a mídia que para nossa surpresa acaba informando noticias sobre o envolvimento de pessoas ligadas a seus próprios patrões em crimes, até o fim da censura, como a que ocorreu no 9º SALIMP.

Tantas mudanças requerem um tempo maior para assimilar quais os fatores podem estar causando esses acontecimentos, com certeza dois são bem claros: o primeiro é a crise da política burguesa que tem como seus novos aliados partidos que historicamente tinha um discurso de “esquerda”, e devido o afastamento das figuras sustentadores do poder oligarca deixam suas “lideranças” numa tempestade política. Segundo, com inserção de uma “massa” ainda simplória de operários, grande parte deles vindos de outros estados com uma experiência diferenciada que, quer queira ou não, acaba influenciando os nossos, e nos dá uma oportunidade impar de uma elevação na consciência coletiva da classe trabalhadora.

Em uma rápida passagem pelo 10º SALIMP temos duas gratas surpresas, uma delas foi que o livro “Honorável Bandido” estava exposto com destaque em duas livrarias e a mais grata ainda é a presença de uma livraria com títulos socialistas e marxistas, que chamou a atenção de muitos jovens.



A crise econômica mundial reforça a curiosidade de muitos para buscar uma explicação contrária ao discurso da direita que a crise não nos atinge e que as medidas tomadas nos países epicentros da crise terão uma saída sem o sacrifício dos trabalhadores.
Vale a pena visitar a Livraria Expressão Popular no 10º SALIMP.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Por Claudio Pereira: O mito da pobreza cubana

Há algum tempo, o ex-jogador do flamengo, o sérvio Dejan Petkovic desmentiu ao vivo numa entrevista no programa da Ana Maria Braga muitas das coisas negativas e de cunho ideológico que se fala sobre o socialismo. Durante a entrevista a apresentadora com auxílio de uma “cola” para identificar os países formados a partir da desintegração da antiga Iugoslávia perguntou: _Como era viver num país com tantos problemas?  Petkovic respondeu: Quando eu nasci não tinha problema nenhum. A gente vivia no socialismo. Todo mundo trabalhava, todo mundo tinha salário. Falou que os problemas vieram depois, nos anos 80. Como a entrevista era ao vivo não teve corte. Com seu conhecimento pífio sobre o socialismo, ela não considerou que Petkovic viveu boa parte de sua vida dentro de uma estrutura socioeconômica e política mais democrática, com qualidade evoluída se comparada com a que vivem e viveram a maior parte dos jogadores de futebol profissional do Brasil.

E agora burgueses? Como explicar que aquilo lá não era o inferno que vocês pintavam?

Quanto a Cuba? Como defender esse país que é massacrado unilateralmente no campo ideológico, político e econômico pela burguesia mundial?

Não é tarefa tão complexa como se pensa. É mais fácil do que prevê que político corrupto não vai para a cadeia.

Para tal intento vou comparar indicadores socioeconômicos cubanos não com os do Haiti ou do Quênia, mas com a de três gigantes da economia capitalista mundial: Estados Unidos, Canadá e Brasil. Feito isto, deixo por conta dos jurados a decisão de quem está com a razão.


PAIS IDH ESPEC.VIDA MORTAL.INFANTIL
TAXA ESCOLARIDADE
PIB NOMINAL
CUBA
0,876
78,3
5,1/mil nasc
99,8%
US$ 51,110 bilhões
EUA
0,910
78,2
6,3/mil nasc.
99,0%
US$ 15,065 trilhões
CANADÁ 
0,908
80,7
4,8/mil nasc
99,0%
US$ 1,758 trilhões
BRASIL
0,718
73,5
15,6/mil nasc
90,4%
US$ 2,492 trilhões


Pelos dados supramencionados observa-se que Cuba é superada em termos de qualidade de vida apenas pelo Canadá. Mesmo assim a taxa de alfabetização do Canadá é menor que a cubana. Já a maior economia da terra: os Estados Unidos, só supera Cuba nos quesitos PIB e IDH. Isto não diz muita coisa, pois, um dos fatores para se obter o IDH é o PIB. O PIB brasileiro por exemplo é bem superior ao do Canadá, mas a qualidade de vida da população é bem inferior a do povo cubano. É importante ressaltar que 51% da arrecadação anual de impostos dos Estados Unidos é aplicado em armamentos. Outro fator que não podemos esquecer é que a taxa de alfabetização brasileira engloba uma gama de analfabetos funcionais. No Brasil adotou-se um modelo educacional que demanda forçadamente poucos recursos. Para que isto dê certo é preciso que passe o aluno para frente sem base para cursar a série seguinte. Tempo é dinheiro. Já Cuba, de acordo com os resultados obtidos nos testes de avaliação de estudantes latino-americanos, conduzidos pelo painel da Unesco, lidera, por larga margem de vantagem, nos resultados obtidos pelas terceiras e quartas séries em matemática e compreensão de linguagem.

O município de São Francisco do Conde na Bahia onde há uma refinaria da Petrobras apresentou em 2009 um PIB per capita de R$ 360 815,83. Em que pese este fato, as condições de vida no município se encontram muito abaixo do esperado. Sua taxa de mortalidade infantil está acima do máximo considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde. Não existe tratamento de esgotos no município e o acesso à água encanada chega para apenas cerca de metade da população.

O problema é que o PIB ao passo que possibilita a elevação do IDH, camufla a concentração de renda, coisa que interessa somente a burguesia. Por que Cuba, mesmo com um PIB muito inferior a de alguns estados brasileiros ostenta IDH compado ao dos países capitalistas industrializados? Por que lá o PIB é distribuido de forma inteligente e não é concentrado nos cofres da burguesia capitalista.

Muitos dos organismos oficiais burgueses reconhecem o desenvolvimento cubano. Entretanto, os burgueses, sem argumentos diante dos elevados indices de educação, saúde e respeito ao meio ambiente do povo cubano, apelam de forma ridicula dizendo que não há liberdade de expressão naquele país. Que os direitos humanos são feridos reiteradamente em Cuba. Do que adianta ter 54% da população com grau superior , ter engenheiros se não há pontes para fazer? A primeira coisa a analizar é que os descontentes internamente (em Cuba) são pertencentes ou simpatizantes dos antigos grupos que perderam privilégios e regalias após a revolução. Quanto aos direitos humanos, o que dizer do embargo econômico promovido pelos Estados Unidos há décadas contra Cuba? Só um povo aguerrido, consciente e educado para superar tal pressão. Cuba não tem carrões de última geração para poucos como no Brasil, entretanto conquitou em 2011 o título de único país com desenvolvimento sustentável do mundo. Os Estados Unidos tem uma população extremamente consumista, no entanto é o país que mais polui o planeta. Voce acredita que da Rio +20 sairá algo positivo quanto a medidas imediatas de proteção ao meio ambiente? Natureza para os “civilizados” países capitalistas é fonte de lucro e não fonte de vida.

Para encerrar este pequeno ensaio, lembro que entre os países americanos, Cuba tem o segundo maior desempenho em olimpiadas. Como explicar a um economista burguês como um país onde o esporte não é bilionário é ao mesmo tempo uma potência olimpica?

Eu admiro o povo cubano pela consciência que eles possuem e o ideal de não deixar retornar o modelo injusto que viviam no passado. Infelizmente isto não ocorreu na Ioguslávia. Se não fosse a revolução socialista, este pequeno país da America Central certamente não desfrutaria dos elevados indices de desenvolvimento humano que possui, seria apenas mais um país latino-americano repleto de corrupção, injustiças, altos indices de analfabetismo, violência e pobreza, consumo de propagandas sofisticadas e com uma mídia polarizada formada por burgueses debochando cotidianamente da miséria e ignorância do povo.

Claudio Pereira e Geografo, professor e estudante de Direito da UFPA.

sábado, 16 de junho de 2012

PSTU DE IMPERATRIZ DEFINE NOMES PARA A DISPUTA ELEITORAL DE 2012


Convenção realizada hoje, dia 16 de junho de 2012, o diretório municipal do PSTU de Imperatriz contou com as presenças de militantes de João Lisboa, Juarez Inácio e a presença de Saulo Arcangelli e Lourdimar Silva, ambos da direção estadual confirmaram os nomes que o partido coloca para a disputa eleitoral deste ano em Imperatriz. Wilson Leite encabeça a chapa para prefeito em parceria com Jakson Marinho como vice, além do nome de Odair José como vereador. Os nomes serão apresentados junto com o pedido de registro de candidatura no próximo dia 05 de julho ao TRE de Imperatriz.


A tarefa dos representantes do partido é o debate de um governo voltado aos trabalhadores, que em grande parte residem nas periferias abandonadas por várias gestões municipais que privilegiam os ricos e as grandes empresas, e a garantia das prioridades nas ações de governo o atendimento de políticas públicas em saúde, educação e infraestrutura de qualidade.
Além do apoio da direção estadual representado por Saulo Acangelli e Lourdimar Silva a direção Nacional do PSTU através de Zé Maria (em vídeo) reforçou o apoio aos nomes para a defesa de um mandato da classe trabalhadora, coisa que imperatriz nunca teve efetivamente Assista:




FONTE: PSTU IMPERATRIZ

sexta-feira, 15 de junho de 2012

MUTIRÃO COMUNITÁRIO NO VILA VITORIA


Os moradores do Vila Vitória organizaram para este fim de semana um grande mutirão na comunidade que tem o objetivo de conscientizar sobre o descarte de lixo, cidadania, preservação ambiental etc, na oportunidade além das atividades de limpeza de terrenos, coleta seletiva pelo bairro e áreas próximas a concentração se dará no terreno do poço que abastece a comunidade com a realização de um almoço comunitário e encerrará o dia com um ciclo de palestras.

Vejam a programação completa:

As 8:00 hs da manhã concentração na Rua Safira Quadra 12 “A” casa 01 esquina com a escola municipal Emanuel habitar Brasil

* dividiremos os grupos para se iniciar os trabalhos

* limpeza do terreno do poço

* coletar matérias reciclável no habitar Brasil 1e 2

*Conjunto Vitoria 1 e 2

* Vila Vitória

* 12:00 - Almoço comunitário;


* 13:00 hs - Exibição do filme Lixo extraordinário, do projeto Cine Muiraqutão turma de universitários da UFMA;

*14:00 hs – Plantio de arvores em praças e de terrenos públicos dos bairros;

*15:00 hs – Inicio das palestras na seguinte ordem:
*Cidadania (direitos e deveres do Cidadão) – Palestrante: Defensor Público Fabio Machado;
*Machismo (A necessidade de creches públicas como um direito da mulher) - Lourdimar Silva;
*Água (preservação dos recursos hídricos) - Palestrante: Professor Jorge Diniz
* Consumo Consciente - Palestrante: tec. Juan
* Meio-ambiente – Palestrante: Professor Geraldo;
* Lixo – Palestrante: Zezim

terça-feira, 12 de junho de 2012

Por Mayron Régis: Na Chapada, os caminhos se desvariam


O caminho, elocubrava-se.  A chuva se revirava sobre as comunidades do Pólo Coceira. Com a chuva a noite se escurecera mais do que o costume. As pessoas se consternaram com a possibilidade da chuva se repartir em várias. O cenário se multiplicara em dois ou mais números. Eles saíram da comunidade de Vertentes e nada viam além da escuridão. O que eles andavam atrás se anunciava? Na Chapada os caminhos se desvariam e algo naquela chuva os empurrava noite adentro sem que soubessem em que haviam se metido.
  
O povoado de Vertentes dista uns quarenta e poucos quilômetros da sede do município de Santa Quitéria, Baixo Parnaiba maranhense, que se limita com os municípios de Brejo, Milagres, Anapurus, Santana, São Bernardo, Barreirinhas, Tutóia e Paulino Neves.

As oligarquias locais anularam o leste maranhense para disporem dele a seu bel-prazer. A expressão “a seu bel-prazer” parece deslocada quando se quer distinguir algum grupo por suas características mais elevadas.
É verdade que os agentes literários de plantão se esforçam ao máximo para limpar a barra das oligarquias, contudo a expressão “a seu bel-prazer” se adequa, perfeitamente, a uma miríade de pessoas que ao longo do tempo pouco ou nada fizeram pelo povo por nenhuma razão em especial a não ser a falta de escrúpulo e o gosto pelo ganho fácil.

Cada grupo tem seu espaço e afirma-se nesse e a partir desse espaço que pode ser físico ou social. As relações entre grupos políticos ou de interesses não se confortam dentro de um plano mais geral. E chegam a conflitar por mais espaço.

As Chapadas de Santa Quitéria, São Bernardo e Barreirinhas exemplificam bem os conflitos por mais espaço como se fosse possível criar mais espaço físico onde não há mais. As empresas de reflorestamento como a Suzano e a Margusa planejam aumentar suas áreas de plantio de eucalipto justamente em áreas que as comunidades se valem para o extrativismo de frutas e para a retirada de madeira. Essas são áreas públicas com as quais as comunidades deveriam ser favorecidas plenamente em programas de regularização fundiária.

As recentes decisões da justiça maranhense favoráveis a posse das Chapadas pelas comunidades em contraponto aos interesses da Suzano Papel e Celulose referendam essa concepção. As decisões favoreceram as comunidades de Bracinho, cujo território avança em mais de três mil hectares, e do Polo Coceira, cujo território avança em quase sete mil hectares. As duas comunidades fazem parte do município de Santa Quitéria.

A comunidade de Vertentes pretende regularizar cinco mil hectares. Segundo o Iterma, o órgão não pode atuar nesse caso porque são terras de ausentes, ou seja, não há donos e nem documentos. Só que a Suzano, nos seus tempos de Paineira, obteve quatro documentos que comprovariam a titularidade da terra. 

domingo, 10 de junho de 2012

QUANDO UM PÓLO UNIVERSITÁRIO VIRA “MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA”


Nos últimos dez anos Imperatriz tem concentrado o investimento privado em instituições de ensino: Feste, Fama, Facimp, Unisulma que tem como principais fontes de renda recursos provenientes de programas de “inclusão” ao ensino superior PROUNE e FIES – uma forma de privatização, para garantir o envio dos recursos públicos para a iniciativa privada -. Há também três instituições públicas UEMA, UFMA e IFMA, a primeira estadual e as duas outras federais, que mesmo com o programa de expansão REUNI ainda tem problemas graves em estrutura física e pedagógicas - também os pólos de Cursos à Distância -, que convém aos interesses governamentais no que diz respeito ao sucateamento do ensino público para justificar os repasses para a iniciativa privada que citamos acima.

Sem levarmos em consideração os interesses políticos e econômicos dessas estruturas de formação superior o fato é que Imperatriz tem sido vista como um pólo de Ensino superior para a região sul do Maranhão. Abrangendo também outros estados como Pará e o Tocantins. O número de estudantes que concluem o curso superior vem crescendo, aumentando assim o nível de formação [não estamos nos referindo da qualidade do ensino oferecido], se antes os trabalhadores do comercio em sua esmagadora quantidade era de recém concluídos o ensino médio, hoje esse quadro é bem diferente, graças às “oportunidades” oferecidas de acesso às universidades e faculdades.

Diante desse quadro ouvimos dois discursos: “Nossa cidade que a cada dia se transforma em pólo universitário se consolidará também num pólo médico” concluiu o prefeito Madeira (fonte: PORTALMA); O entendimento é de que com essa força de trabalho não haja a necessidade de importar mão de obra de outras regiões do país. “Essa medida é socialmente melhor e ajuda a abrir caminhos”, destacou Carlos Alberto Griner, ressaltando que hoje não basta só ter vontade e motivação, mas qualificação (fonte: Jornal Pequeno). Em primeiro momento parecem ser antagônicos os dois depoimentos, da gestão municipal e de um empreendedor, mas de fato não há. Apesar do discurso da gestão passar a idéia de que formação superior é garantia de emprego numa economia capitalista – que tem a competição entre os trabalhadores seu principal trunfo no aumento dos lucros – quando se refere à absolvição desses trabalhadores, agora, com curso superior, por outro lado a tal qualificação – que não passa de adequar à mão de obra às necessidades de processos de produção para o funcionamento de determinado investimento - que também não é garantia de emprego.

A conclusão disso tudo é muito simples, para os capitalistas e seus governos os discursos se enquadram de acordo com suas próprias necessidades, ou seja, quando o gestor quer agradar a categoria estudantil invoca o termo “pólo universitário” para dar a falsa ilusão de que a sua vaga no mercado de trabalho – com condições de trabalho e remuneração equivalente à formação – está próxima. Quando precisa assumir o papel de “advogado” dos empreendedores a massa precisa voltar aos bancos de estudo para buscar qualificação – como apertar parafuso com mais eficiência e agilidade –, e assim, criar pessoas “qualificadas” em reserva para manter a competição necessária para a empresa rebaixar salário e condições de trabalho. 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

DOCUMENTÁRIO: IV Internacional Socialista

Documentário produzido pelo PSTU, sobre a IV Internacional, fundada por Trotsky em 1938. criada em 1938, na França, por Leon Trotsky, para manter a continuidade do marxismo, após a traição stalinista. Parte I
PARTE II
PARTE III

quinta-feira, 7 de junho de 2012

INTRODUÇÃO DO PLANO DE GOVERNO QUE ESTÁ SENDO DISCUTIDO PELO PSTU DE IMPERATRIZ


I – INTRODUÇÃO

"(...)É necessário ajudar as massas, no processo de suas lutas cotidianas a encontrar a ponte entre suas reivindicações atuais e o programa da revolução socialista. Esta ponte deve consistir em um sistema de REIVINDICAÇÕES TRANSITÓRIAS que parta das atuais condições e consciência de largas camadas da classe operária e conduza, invariavelmente, a uma só e mesma conclusão: a conquista do poder pelo proletariado." Leon Trotsky, Programa de Transição (Périgny - França, 3 de setembro de 1938).

Um partido que pretende disputar o poder político tendo como principal aliado os membros da classe na qual é também parte integrante não pode, devido às dificuldades econômicas e materiais, deixar de apresentar suas propostas para serem avaliadas pela população no período eleitoral. Consideramos as eleições um campo de batalha na busca essencialmente pela disputa das consciências da massa, pois estamos mais ativamente nas lutas do dia a dia das comunidades tradicionais, pela luta por terra, nas categorias sindicais pela defesa dos direitos adquiridos e uma constante agitação da categoria para exigir mais dos patrões e dos governos que os representam.

É de nossa tradição usar o termo “trabalhadores e trabalhadoras” para generalizar toda a população de Imperatriz, mais especificando a quem queremos apoio, voto e participação numa eventual gestão que tem a frente um representante das demandas imediatas, por melhores condições de infraestrutura nos bairros, saúde e educação de qualidade e a garantia de que os recursos públicos sejam empregados cada centavo no interesse da coletividade. Sem esquecer as demandas estratégicas da própria classe trabalhadora que é um modo de produção no qual a riqueza produzida fica para a classe que as produz.

Trabalhadores pra nós são jovens prestes a entrar no mercado de trabalho, artistas, donas de casa, aposentados, operários, autônomos etc, todos aqueles que vão ter, têm ou tiveram alguma relação com a classe que gera a riqueza de qualquer nação e, por estar sob a ditadura do capitalismo é fonte da exploração. Portanto, uma gestão municipal dos trabalhadores representa todos aqueles que produzem riqueza decorrente da venda de sua força de trabalho. Muito diferente dos ricos, que atualmente são os proprietários dos meios de produção e quem usurpa toda a riqueza produzida pelos trabalhadores que são subordinados a eles diretamente e, indiretamente através de medidas como superfaturamento de obras públicas, terceirização na prestação de serviços de saúde e educação, redução de impostos e afrouxamento da fiscalização ambiental - para instalação de seus empreendimentos - daqueles que investem em campanhas eleitorais de quem se propõem a garantir cada vez mais lucros aos ricos.

Até hoje, em Imperatriz só tivemos gestões que representaram os interesses dos ricos de nossa cidade, ou aqueles que na ânsia de se eleger e reeleger usou os mesmo “modos operantes” da corrupção típicos dos ricos. Chegou a hora dos trabalhadores se decidirem em não mais eleger ricos e acreditar numa proposta radical na tarefa de construir uma gestão para si. Para atingir tais objetivos adotaremos as medidas abaixo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Greve completa 15 dias e professores federais intensificam mobilização‏


A greve dos professores das Instituições Federais de Ensino completa 15 dias nesta sexta-feira, 1/6. Desde a deflagração da paralisação nacional por tempo indeterminado em 17 de maio, docentes de 48 instituições já suspenderam as atividades.

O movimento é considerado pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN um dos mais fortes já ocorridos nas Ifes. A expectativa agora é intensificar as ações de mobilização para pressionar o governo a abrir negociação com a categoria. O governo suspendeu, sem justificativas, a reunião com o ANDES-SN e demais entidades do setor da educação, agendada para o dia 28 de maio.

“A palavra de ordem do nosso movimento agora, mais do que nunca, é negociação. Queremos o agendamento de reuniões com interlocutores credenciados, com urgência, para buscarmos uma solução positiva ao impasse estabelecido o mais rapidamente possível”, disse Luiz Henrique Schuch, 1º vice-presidente do ANDES-SN e representante do CNG.

Mobilização

Os Comandos Locais de Greve (CLG) têm organizado diversas manifestações, com carreatas, passeatas, panfletagens e aulas públicas para divulgar os motivos da greve dos professores federais e pressionar o governo a abrir negociação.

Em Brasília, o Comando Nacional de Greve tem feito visitas diárias ao Congresso Nacional para sensibilizar deputados e senadores às reivindicações dos professores e também solicitar a interveniência destes junto ao governo. Kits contendo a pauta de reivindicação dos docentes, o projeto de carreira defendido pelo ANDES-SN e materiais e boletins informativos sobre a greve foram distribuídos nas Comissões permanentes.

Na próxima terça-feira (5/6), os professores em greve participam de uma grande marcha organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (SPF) em Brasília. Caravanas de todo o paísirão participar do ato, que deve ao menos 20 mil trabalhadores na Esplanada dos Ministérios. Após a manifestação, o Fórum dos SPF fará uma plenária ampliada, às 15h, na Esplanada, para votar a greve geral do funcionalismo federal a partir de 11 de junho.


Apoio

Com toda essa mobilização, a greve dos docentes federais vem recebendo forte apoio da comunidade acadêmica e demais setores da sociedade. Vários parlamentares se solidarizaram com o movimento e garantiram interlocução junto ao governo cobrando abertura imediata as negociações.

Estudantes de ao menos 19 universidades já deflagraram greve em solidariedade ao movimento dos professores inseridos na luta por melhores condições de trabalho, ensino e permanência. Técnico-administrativos de várias universidades públicas, reitores, conselhos universitários, direções de cursos e faculdades de diversas instituições também já manifestaram apoio à paralisação.

Todos os dias, os Comandos Nacional e Locais de Greve recebem moções de apoio e solidariedade à greve. A luta dos professores federais já ganhou repercussão internacional e começa inclusive a receber manifestações positivas vindas de movimentos sindicais e de entidades do setor da educação de países como Peru, França e Estados Unidos.

Reivindicações

Os professores reivindicam um plano de carreira bem estruturado, que incentive os docentes a dedicarem sua vida profissional à instituição – condição necessária para a construção contínua de conhecimento e desenvolvimento da pesquisa.

 “O conceito de carreira que reivindicamos tem relação direta com um projeto acadêmico de longo prazo, essencial para termos uma Universidade Pública de qualidade”, ressaltou Schuch.

O diretor do ANDES-SN destaca que é fundamental que os professores sejam valorizados também financeiramente. “O que vemos hoje é os novos ingressantes estudando para entrar em concursos de outras carreiras, inclusive no serviço público, que são melhores remuneradas e não exigem titulação”, observou.

Outro ponto fundamental para a busca da qualidade no ensino oferecido nas instituições federais é a condição de trabalho às quais estão submetidos os professores, principalmente nos campi em consequência da expansão via Reuni, o que tem modificado para pior o padrão educacional.

“É inadmissível pensar em qualidade quando temos salas de aulas superlotadas, professores ensinando em contêineres, falta de laboratórios e bibliotecas, professores trabalhando com contratos precários. É um retrocesso inchar o sistema federal degradando seu o papel de referência no padrão de qualidade de ensino, pesquisa e extensão, destaca Schuch.

Fonte: CSP-Conlutas

segunda-feira, 4 de junho de 2012

POR ISAC SANTOS: CORRUPÇÃO E SUAS CAUSAS


Qual os motivo que leva a aversão política? No Brasil a corrupção é sem dúvida a maior causa para a indiferença, porém, sempre houve corrupção como algo endêmico ou de criação nacional, então que razão colocam-na hoje no centro da discussão como única consequência do completo afastamento do povo da política brasileira ou como resultado mais absoluto da profissionalização política, enfim, como a separação política definitiva das suas mais primárias causas.

 Se antes a corrupção fazia parte da política brasileira como pano de fundo, hoje ela está em alto relevo, ocorrendo como fenômeno de massa, como resultado tanto de uma nova estratégia política ou simples informação difundida pelas dádivas da ciência moderna. Historicamente fez-se parte e caminho para a ascensão política, criou personalidade física e jurídica, foi tão hedionda como é agora, fez parte do cânone de livros e do séquito de preceitos dos ilustres e históricos políticos nacionais, em resumo arquitetou parte da história nacional, porém só tomou impulso e ficou conhecida  como algo repulsivo, como causa do afastamento político  no século XXI em razão da globalização da informação, ou seja, com a difusão da multimídia.

Num primeiro instante a resposta parece ser óbvia e derivada imediatamente da popularização da informação, resultado da globalização da informação, porém há outros fatores não menos importantes que justificam e esclarecem a total falta de interesse; de modo que chegamos à transmissão de valores e como tutor deste monopólio a família, se ela é de certo modo a ponte para a formação do indivíduo, enquanto ser político, então ela falha neste propósito e é preciso quebrar esse monopólio, mas como a sociedade não responde só a família, nem se constitui exclusivamente dela, chega-nos a ideia de que há outros  detentores da responsabilidade política, chegamos ao altar e a religião e de antemão a excomunhão, finalmente a escola, que voltada  para a profissionalização, para o exclusivismo da técnica e principalmente ao mecanicismo, exclui criminosamente a vontade por mudanças,  a constituição de formas ideais de governo, de forma  a suprimir material e espiritualmente toda inclinação política, todo estreitamento de laços com ela, tornando - a  uma coisa  enfadonha e elitizada, inacessível  as classes menos favorecidas.

Se a discriminação e parcelamento das causas, dos efeitos, não bastam para explicitação da aversão política, então chegamos à conclusão de que se trata de um problema estrutural e que a sagacidade do nosso raciocínio sobrepuja  a alienação do nosso pensamento e notamos  finalmente  que  as causas enumeradas  existem como condição para a dominação de uma classe por outra.

Isac Santos, estudante em Administração e Militante do PSTU de Imperatriz

sexta-feira, 1 de junho de 2012

SUGESTÃO DE VÍDEO: A arte da guerra por Sun Tzu

Escrito no séc. IV a.C., há cerca de 2.500 anos, por Sun Tzu, um general e estratega chinês, o livro "Arte da Guerra" continua ainda hoje a ser admirado como fonte de ensinamentos na área da estratégia. De facto, muitos consideram "A Arte da Guerra" como a origem do próprio conceito de estratégia. Apesar de ser um tratado puramente militar, os conselhos e ensinamentos de Sun Tzu são perfeitamente adaptáveis ao mundo das empresas e dos negócios; basta para isso olhar para a concorrência como o inimigo e para o mercado como o campo de batalha.