Nos últimos dez anos Imperatriz tem concentrado o investimento privado em instituições de ensino: Feste, Fama, Facimp, Unisulma que tem como principais fontes de renda recursos provenientes de programas de “inclusão” ao ensino superior PROUNE e FIES – uma forma de privatização, para garantir o envio dos recursos públicos para a iniciativa privada -. Há também três instituições públicas UEMA, UFMA e IFMA, a primeira estadual e as duas outras federais, que mesmo com o programa de expansão REUNI ainda tem problemas graves em estrutura física e pedagógicas - também os pólos de Cursos à Distância -, que convém aos interesses governamentais no que diz respeito ao sucateamento do ensino público para justificar os repasses para a iniciativa privada que citamos acima.
Sem levarmos em consideração os interesses políticos e econômicos dessas estruturas de formação superior o fato é que Imperatriz tem sido vista como um pólo de Ensino superior para a região sul do Maranhão. Abrangendo também outros estados como Pará e o Tocantins. O número de estudantes que concluem o curso superior vem crescendo, aumentando assim o nível de formação [não estamos nos referindo da qualidade do ensino oferecido], se antes os trabalhadores do comercio em sua esmagadora quantidade era de recém concluídos o ensino médio, hoje esse quadro é bem diferente, graças às “oportunidades” oferecidas de acesso às universidades e faculdades.
Diante desse quadro ouvimos dois discursos: “Nossa cidade que a cada dia se transforma em pólo universitário se consolidará também num pólo médico” concluiu o prefeito Madeira (fonte: PORTALMA); O entendimento é de que com essa força de trabalho não haja a necessidade de importar mão de obra de outras regiões do país. “Essa medida é socialmente melhor e ajuda a abrir caminhos”, destacou Carlos Alberto Griner, ressaltando que hoje não basta só ter vontade e motivação, mas qualificação (fonte: Jornal Pequeno). Em primeiro momento parecem ser antagônicos os dois depoimentos, da gestão municipal e de um empreendedor, mas de fato não há. Apesar do discurso da gestão passar a idéia de que formação superior é garantia de emprego numa economia capitalista – que tem a competição entre os trabalhadores seu principal trunfo no aumento dos lucros – quando se refere à absolvição desses trabalhadores, agora, com curso superior, por outro lado a tal qualificação – que não passa de adequar à mão de obra às necessidades de processos de produção para o funcionamento de determinado investimento - que também não é garantia de emprego.
A conclusão disso tudo é muito simples, para os capitalistas e seus governos os discursos se enquadram de acordo com suas próprias necessidades, ou seja, quando o gestor quer agradar a categoria estudantil invoca o termo “pólo universitário” para dar a falsa ilusão de que a sua vaga no mercado de trabalho – com condições de trabalho e remuneração equivalente à formação – está próxima. Quando precisa assumir o papel de “advogado” dos empreendedores a massa precisa voltar aos bancos de estudo para buscar qualificação – como apertar parafuso com mais eficiência e agilidade –, e assim, criar pessoas “qualificadas” em reserva para manter a competição necessária para a empresa rebaixar salário e condições de trabalho.
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