sábado, 1 de dezembro de 2012

A GERAÇÃO INDIFERENTE, POLITICA E TECNOLOGIA


Por Isac Santos*

A principio, embora, pareça que política e avanços tecnológicos sejam inconciliáveis e que o fluir de um é o inevitável esgotar do outro, ao fim do curso será repreendida essa ideia trivial e pálida que só pode e só deve se sustentar aos olhos do senso comum, ao homem burguês e imediatamente comum.

Meia noite e imóvel na sua cadeira presidente, apoiando os cotovelos sobre a rack, a olhar fixamente para o monitor, a interagir, ora digitando, ora compenetrado e entusiasmado pelo anonimato da rede. Adepto do  Facebook, Orkut, MySpace e Twitter, consumidor tecnológico voraz: tablet, games, android, iphone, ipad, windows, linux, Mac, isolado acusticamente da família e do mundo pelo fone de ouvido, com uma nova linguagem  contrapondo-se a normativa, com hábitos e comportamentos, que se não, são um impacto para os pais, são novos objetos para a psicologia, encontra-se o mais típico representante de uma nova geração: a geração dos indiferentes políticos, avessos  pela falta de continuísmo,   ausência de interesse e repulsa dos últimos escândalos, seja como e porque causa, a perderem a linha de transformação social, tão necessária atualmente, de modo a comprometerem todos os avanços sociais, políticos, filosóficos e ideológicos das gerações anteriores, duramente conquistados. Vítimas inconscientes do progresso tecnológico ou produtos do sistema socioeconômico? A resposta é complexa, porém não impossível e nem improvável.

Milhares de informações, velocidade no tráfego, conexão a uma rede global, interação com os mais diversos grupos sociais, mobilidade, acesso remoto, redução do espaço, ampliação das alternativas, acumulação e armazenamento das informações, compilação e processamento de dados, são os benefícios mais proeminentes dos recursos tecnológicos e consequentemente autores de uma nova maneira de ampliar, de conectar e massificar ideias, conteúdos, pensamentos e, sobretudo pessoas, logo seria impossível conceber um mundo atual sem tecnologia, porém, assim como se faz incontornavelmente necessária a vida presente e futura dos homens de igual modo tem os levado a dependência virtual, ao sedentarismo físico, ao comportamento fac-símile, ao novo modo de agir,  pensar,  sentir e finalmente às salas de psicólogos e psiquiatras. Se por um lado a internet maximiza as relações humanas, quebra as barreiras do real e virtual, por outro, ela afasta as pessoas do convívio social acentuando seu individualismo, porém, fatalmente as tornam um problema social, como por exemplo, os problemas da violência,  falta de moradia e de saneamento, logo são apenas resultado do excesso e do acesso à web. A questão da aversão política como se pode notar, não gira em torno da internet em si, pois uma coisa não pode ser boa ou ruim em si mesma e que só faz sentido procurar a sua utilidade em quem a controla, logo se refuta a tese de que são vitimas do progresso tecnológico, a questão, no entanto, é invariavelmente arremetida para quem controla e com que finalidade controla.

A internet hoje de forma análoga à televisão dadas algumas variações de possibilidades, tecnológicas e diferenças temporais, se equivalem em propósitos e fins: manipular, controlar, padronizar e principalmente conformar socialmente, são alguns dos propósitos comuns, portanto a função essencial de quem controla, se resume a gerenciar esses meios, a conformar os indivíduos socialmente e levá-los ao consumo através desses meios e subsidiariamente aponta para esses mesmos meios como responsáveis por sua condição social e aversão política. Sutilmente a classe dirigente forma e educa a classe intermediária para cumprir papeis pré-estabelecidos por essa última, para acreditarem em última estância que estas não são culpadas pelo seu insucesso social e por sua alienação virtual, assim vão criado gerações que correspondem ao estágio de desenvolvimento da classe dirigente, ou seja, à medida que há avanços tecnológicos a classe intermediaria é forçadamente obrigada a acompanhar o progresso com finalidade de consumir os novos avanços, e é por essa razão que temos a geração dos indiferentes, reconhecidamente ligada ao mundo virtual, dos televisivos caracterizado pelas novelas, e dos idiotas operários que acham que são capitalistas, logo a ideia de ser indiferente político por causa da internet ou de outros meios de comunicação e difusão da informação, não é só parcialmente errada, é na verdade totalmente equivocada, uma ideia que está longe de corresponder com a realidade, na verdade, a internet amplia de forma jamais vista ideias e acontecimentos, há inúmeros exemplos da sua utilidade e fertilidade social: no Oriente Médio ou mais recentemente na Europa, manifestações foram programadas nas redes sociais, candidatos ganham ou perdem espaço pelas influências da rede, opiniões em todos os âmbitos são formadas, discutidas e reformuladas através desse meio maravilhoso, mas na medida em que esse meio se torna uma das formas mais democráticas do conhecimento, crescem também as reações conservadoras no sentido de limitá-la, fazendo grandes filtros do que pode ser acessado e se a princípio a internet gozava de uma ampla liberdade, hoje já não goza mais, a título ilustrativo temos o fundador do Wikileaks que teve sua vida pessoal devastada,em razão de ter divulgado informação secretas, como se pode observar tudo conspira para a restrição de sua liberdade de acesso, divulgação de informação e conhecimentos.

Finalmente, prevalece a conclusão de que internet, bem como o interesse pela política são fundamentais para o desenvolvimento humano, para a tomada de consciência de classe e ambas para a construção do futuro.

Isac Santos, acadêmico em Administração na Uema/Cesi e militante do PSTU de Imperatriz.

4 comentários:

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  1. Só tem analfabetos na Uema pensando que sabem de alguma coisa.

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  2. concordo com este anonimo

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  3. É muita ignorancia deste artigo do Isac Santos.Ele não sabe nem escrever.

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  4. Wilson,não deixe este Isaac escrever no teu blog,pois o blog já é fraco,e o Isaac é mais fraco ainda.Será que ele não sabe da diferença de INDEFERENTE PARA INDIFERENTE.
    Vai ser burro assim na baixa da egua.
    Eu sou teu adversario

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