segunda-feira, 12 de agosto de 2013

DÉCADA PERDIDA PARA O DEBATE IDEOLÓGICO, MAS A HISTÓRIA AINDA NÃO ACABOU.

Nas décadas de 80 e 90 os jovens entre 15 e 18 anos iniciavam seu contato com os debates políticos nas mais diversas categorias, fosse na escola, na igreja, na juventude partidária ou no trabalho. O certo é que procuravam formar seu caráter e encontrar uma ideologia pra viver.

Nos dias atuais a juventude está cada dia alheia ao debate da sociedade. Com o acirramento da propaganda consumista, uma escola que no máximo cria operários que não  raciocinam e instituições que abandonam a manutenção ideológica para se dedicar apenas ao suprimento das condições pessoais da sociedade consumista e sem projeto de futuro.

A grande maioria dos partidos políticos que eram a principal “escola” de formação ideológica da juventude e posteriormente das figuras públicas para dirigir a política de estado abandonaram essa tarefa quando essa juventude, hoje adulta, assumiu o poder juntamente com o PT e hoje recusam o trabalho de formação de base, dedicando-se apenas na captação [cooptação] de lideranças naturais que surgem na sociedade, mas muito diferentes dos de outrora, com essas lideranças vem consigo a ideologia hegemônica capitalista, e assim seguem em seu principio de poder pelo poder.

Afirmações que dizem que as pessoas – as já figuras públicas – só participam das manifestações e atos porque querem aparecer e ainda que são oportunistas, mas omitem que mesmo antes de serem o que são hoje, sempre estiveram nessas mobilizações e não se perguntam de onde devem vir as lideranças/figuras públicas? Devem sair do seio de uma família abastada economicamente? De uma família tradicional da política eleitoral? Ungida por um grupo para chegar ao poder? Ou seja, das condições que um operário nunca terá para disputar ideologicamente o poder dentro da sociedade de classe, onde a burguesia é quem dominam todas as instancias de poder.  

E o que eu considero ainda mais aberrador que é o fato da recusa de “puxadores” de atos e manifestações, seja qual for a reivindicação, de bandeiras de entidades organizadas da sociedade (movimento estudantil, sindical, popular e partidárias), usando o argumento de que ao levantar a bandeira dá a ideia de que o ato passa a ser de quem tem a maior bandeira ou a maior quantidade. Deveria ser o contrário, essas pessoas deveriam incentivar a declaração – através do levante de bandeiras estandartes etc – pública dessas entidades para que a população identifique que apóia a mobilização, somando forças para se alcançar o objetivo que não deve ser de um grupo social específico – apesar de sabermos que há reivindicações imediatas, mais para nós o que deve importar é as estratégicas, por essa razão não abrimos mão de estar ao lado dessas imediatas.


Deixo aqui algumas perguntas aos reacionários que reforçam esses discursos: em quem votou?  Em quem vai votar? Tens coragem de se declarar e votar nulo? Ou esse discurso só serve para não deixar isolado quem verdadeiramente está do lado da classe trabalhadora para garantir a manutenção da burguesia no poder sem muita dificuldade. Como disse a história ainda não acabou, vamos continuar a escrevê-la

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