Nas décadas de 80 e 90 os jovens entre 15 e 18
anos iniciavam seu contato com os debates políticos nas mais diversas
categorias, fosse na escola, na igreja, na juventude partidária ou no trabalho.
O certo é que procuravam formar seu caráter e encontrar uma ideologia pra
viver.
Nos dias atuais a juventude está cada dia
alheia ao debate da sociedade. Com o acirramento da propaganda consumista, uma
escola que no máximo cria operários que não raciocinam e instituições que abandonam a manutenção
ideológica para se dedicar apenas ao suprimento das condições pessoais da
sociedade consumista e sem projeto de futuro.
A grande maioria dos partidos políticos que
eram a principal “escola” de formação ideológica da juventude e posteriormente
das figuras públicas para dirigir a política de estado abandonaram essa tarefa
quando essa juventude, hoje adulta, assumiu o poder juntamente com o PT e hoje
recusam o trabalho de formação de base, dedicando-se apenas na captação [cooptação]
de lideranças naturais que surgem na sociedade, mas muito diferentes dos de outrora,
com essas lideranças vem consigo a ideologia hegemônica capitalista, e assim
seguem em seu principio de poder pelo poder.
Afirmações que dizem que as pessoas – as já
figuras públicas – só participam das manifestações e atos porque querem
aparecer e ainda que são oportunistas, mas omitem que mesmo antes de serem o
que são hoje, sempre estiveram nessas mobilizações e não se perguntam de onde
devem vir as lideranças/figuras públicas? Devem sair do seio de uma família abastada
economicamente? De uma família tradicional da política eleitoral? Ungida por um
grupo para chegar ao poder? Ou seja, das condições que um operário nunca terá
para disputar ideologicamente o poder dentro da sociedade de classe, onde a
burguesia é quem dominam todas as instancias de poder.
E o que eu considero ainda mais aberrador que é
o fato da recusa de “puxadores” de atos e manifestações, seja qual for a
reivindicação, de bandeiras de entidades organizadas da sociedade (movimento
estudantil, sindical, popular e partidárias), usando o argumento de que ao
levantar a bandeira dá a ideia de que o ato passa a ser de quem tem a maior
bandeira ou a maior quantidade. Deveria ser o contrário, essas pessoas deveriam
incentivar a declaração – através do levante de bandeiras estandartes etc –
pública dessas entidades para que a população identifique que apóia a mobilização, somando forças para se alcançar o objetivo que não
deve ser de um grupo social específico – apesar de sabermos que há
reivindicações imediatas, mais para nós o que deve importar é as estratégicas,
por essa razão não abrimos mão de estar ao lado dessas imediatas.
Deixo aqui algumas perguntas aos reacionários
que reforçam esses discursos: em quem votou? Em quem vai votar? Tens coragem de se declarar
e votar nulo? Ou esse discurso só serve para não deixar isolado quem
verdadeiramente está do lado da classe trabalhadora para garantir a manutenção
da burguesia no poder sem muita dificuldade. Como disse a história ainda não
acabou, vamos continuar a escrevê-la
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não veto comentário de ninguém, pois apenas os covardes se escondem por trás de um anonimato. Não seja você um.