terça-feira, 10 de abril de 2012

O SÉCULO DA TÉCNICA


Num século dominado pela técnica e pela forma de executar mecanicamente as coisas, as diferenças são excluídas, o que resulta numa redução militar da forma de agir e pensar. O conhecimento é invariavelmente submetido a um padrão, pensar por etapas, seguir uma programação, ser predeterminado, constituem o arquétipo do homem moderno, que destituído do que legou o passado, reprimi em si o gênio criativo; o filosofo, o homem de ciência, o aficionado pela arte, o entusiasta da musica clássica, enfim toda cultura superior, para eleger a técnica e a formatação dos costumes como toda fonte de progresso e desenvolvimento humano.
  
Originariamente a técnica não excluía a criatividade, ela confundia-se com a arte, eram complementares e necessárias para evolução geral do espírito humano e da união das duas resultaram sem exageros em todas as criações legitimas de veneração, incontáveis obras artísticas, arquitetônicas e literárias foram feitas com as ferramentas da técnica e as inspirações da arte, as catedrais góticas que o digam. Porém, ao longo do tempo foram separadas e precisamente no século vinte houve a ruptura definitiva, numa completa inversão da linha da historia, o século vinte maximizou a técnica, deu uma uniformidade militarista ao comportamento, deu ares de superioridade e soberba a ela e encaminhou o homem para o enquadramento de um ser sem espírito, sem criação e obstinado à cadeia do objetivismo.

Isac Santos, universitário do curso de administração/UEMA e militante do PSTU/ITZ

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