A reflexão filosófica burguesa sugeriu a
liberdade como o desejo de possuir, por conseguinte tornou o homem livre no ato
do consumo e assim fez duas tragédias na vida: a primeira de privar todos os
homens da liberdade, na medida em que estes estejam despojados do capital, a
segunda de ter tirado os meios de consegui-la. A burguesia erradicou do seio
social, simultaneamente, tanto a vontade presente de ser livre como sua projeção
futura, num só golpe eliminou toda liberdade individual.
Se o mundo material é uma extensão do espiritual então
a liberdade foi suprimida como um todo, passou das barreiras da carne e foi
cingir o espírito, atingiu esse campo subjetivo, tanto alvejado pela arte e
ciência, coisa única na história humana. Fundiu o consumo à liberdade, a
dimensão subjetiva à relação de compra e venda, deu um caráter monetário ao ser
livre, banhou poucos com o poder de compra, portanto com o status da liberdade
e desta condição surgiu toda servidão material, intelectual e religiosa,
servidão que tirou toda identidade individual para transforma os homens em
senhores ou servos do consumo, porém como contraponto deste processo relutou o
caráter incondicional da liberdade e fez dela baluarte da compreensão humana,
requisito fundamental do homem enquanto ser social, enquanto indivíduo dotado
de razão e discernimento reclamou ainda o direito natural de ser livre, que
notadamente estruturou as colunas de todo progresso humano, mas esta oposição
não foi suficiente na proporção em o
reconhecimento tácito de ir, de ter e
ser não atingiu sua plenitude, e finalmente foram legados apenas os vestígios da liberdade, através da retórica, filosofia e história impressos no
papel e na memória da imaginação.
Isac Santos, universitário do curso de administração/UEMA e militante do PSTU/ITZ
Duas coisas:
ResponderExcluirPrimeira: o segundo parágrafo é quase incompreensível, mas desconfio que esteja tentando provar a declaração do primeiro.
Segundo: o primeiro parágrafo tem lá uma idéia que se pode resgatar: a burguesia ao equiparar liberdade à consumo - coisa altamente questionável -, eliminou por completo aos "despojados do capital" a possibilidade de serem livres. Se em Cuba as pessoas pudessem livremente manifestar seu pensamento seria interessante perguntar-lhes: Desde 1959 os senhores sofrem restrições ao consumo; pois bem, os senhores são mais livres desde então? Pergunta oposta poderia ser feita aos cubanos de Miami/EUA que fugiram da "liberdade do consumo" e foram morar onde há "liberdade de consumo": Os senhores certamente enganaram-se ao sair do "território livre das Américas"; querem voltar para o socialismo para terem devolvida sua verdadeira liberdade?