É curioso e porque não dizer constrangedor que poucos
brasileiros tenham conhecimento da existência do mesmo. Algo útil para aqueles
que historicamente detêm a posse e título da maioria das terras do país. Eles
são cerca 10% da população e são donos de mais de 50% das terras do Brasil. E a
maioria? Ah, a maioria esta depositada em cidades inchadas ou em terras
inférteis da zona rural.
Indiferentes a isto, todos os anos assistimos o que parece
uma reprise da vida real das mesmas notícias de deslizamentos de terras no Sul
e Sudeste brasileiro, enchentes nas grandes cidades e epidemias generalizadas
em todo o território nacional.
Calçadas desniveladas, ruas estreitas, falta de saneamento
básico, espaços de lazer e culturais, ciclovias... Não estamos nem aí. Falta
debate e conscientização.
A falta de saneamento serve sem dúvida, para a
proliferação de epidemias. As calçadas desniveladas são um obstáculo para
transeuntes que disputam espaço em vias estreitas com automóveis guiados por
motoristas apressados e sedentos de educação. Espaços destinados a prática de
esportes, cultura e lazer são como água no deserto. O que fazer?
Quando se estuda a história do nosso país, um desalento:
um tratado imoral predestinou homens sedentos por lucro a determinar sem
consultar quem aqui vivia há milênios (os indígenas), o modo de construção de
espaços geográficos. Não há dúvida que a problemática dos espaços geográficos
desordenados no nosso país teve inicio aí.
Queremos viver bem. Cidades planejadas, arborizadas com
espaços racionalmente ocupados, organizados e socialmente democráticos (Xô
Brasília e núcleos urbanos). Lembre-se: falta de espaço não é o problema, pois,
estamos no país de quinta maior extensão territorial do mundo. Temos clima
equilibrado, relevo propício à ocupação humana e solos férteis, fatores não
disponíveis para russos, canadenses, chineses e estadunidenses.
Milton Santos, renomado geógrafo brasileiro,
alertava que precisamos conhecer o espaço que vivemos, para nele saber agir e
transformá-lo.
Claudio Pereira é geógrafo graduado pela UEMA, professor e
estudante do VIII período do curso de Direito da UFPA
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