segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

TEORIA versus PRÁXIS, A ESQUERDA AINDA NÃO SOUBE DOSAR AS DUAS.

Grandes pensadores da teoria de esquerda (Marx, Engels, Lênin, Gramsci etc) sempre se depararam com o problema de por em prática as análises feitas sobre a realidade vivida pela classe operária, pois a grande preocupação desses pensadores é fazer com que os trabalhadores passem a conhecer cientificamente as variáveis que levam a sua exploração, chegando sempre a conclusão de que apenas eles[classe trabalhadora] podem fazer e manter um processo revolucionário.

Nos exemplos de processos revolucionários os mais consistentes foram aqueles que tiveram o uso mais aprofundado das teorias, pressupondo então, que as revoluções surgiram da absorvição da teoria? Não, mais sem teoria qualquer processo revolucionário tenderá à sua derrocada, seja pela aplicação de medidas adaptadas ao imediatismo, seja pela pressa em resolver problemas isolados do indivíduo da classe.

Todas as lideranças que tem a práxis como norteador de suas ações e tem uma mínima consciência de classe inevitavelmente tiveram algum contato com a teoria ou estão buscando-a para terem mais consistência.

A práxis, trás na sua essência o conhecimento do contato com a luta real e é essa experiência que embasa os teóricos a estarem sempre reanalisando os objetos já estudados em uma nova visão ou a detecção de novos objetos que tem relação direta ao objeto já estudado, ou seja, a práxis gera mais teoria. Ambos, teoria e práxis surgem dos conflitos de classe e seus processos de exploração e desigualdade nas sociedades.

Então por que é tão difícil a convivência da teoria de esquerda e da prática de esquerda? Certamente, entre a conciliação das duas está uma outra teoria que se autoproclama a única solução, a teoria capitalista, que coloca os atores das mais diversas classes sociais como meros “gladiadores”. Para o capitalismo o desenvolvimento de uma sociedade não vem de um processo de conscientização de massa, muito menos do estudo da natureza, causas e efeitos. Sendo assim não há necessidade de práxis, pois a teoria está deslocada de seus agentes, ela é parte integrante exclusivamente de governos e corporações que pensam para si.

A solução mais lógica para equacionar o problema seria a ida dos teóricos ao meio onde a práxis existe - o própria teórico indo à práxis -, mas essa ida não pode ser apenas para captar os objetos ou para fontes de estudos para suas teorias, tampouco impor ou mesmo agir contra sua concepção. Desta feita, sua teoria estará - de forma inicial - sendo posta em contato com a práxis, e, a práxis discutindo a teoria. Desse confronto sairá uma experiência conjunta entre teoria e práxis que pode ajudar na organização mais coesa da luta dos trabalhadores para seu fortalecimento contra a teoria reacionária vigente.
Texto publicano no Jornal Noticias Populares edição 12/2010

Um comentário:

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  1. Olaaa

    Adiciona ai na sua lista de blogs

    www.antonyvieira.blogspot.com

    o seu já está la

    obrigado pela força. abraço

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