terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MIQCB PROMOVE SEMINÁRIO PARA ANALISAR IMPACTOS DA SUZANO NO MARANHÃO

O MIQCB (Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu) iniciou nesta terça-feira(14) no Centro Anajás um seminário que visa debateu os impactos decorrentes do empreendimento da Suzano no Maranhão.

O seminário reuniu as coordenações de quatro regionais (Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí), lideranças históricas na luta pela reforma agrária e pela defesa dos povos tradicionais além de pesquisadores que fizeram exposições sobre o tema.

Na ocasião os presentes relataram os problemas que estão desestruturando essas comunidades, denunciaram que servidores de órgãos que deveriam defender políticas públicas para essas comunidade mas que estão defendendo na verdade os interesses da empresa. Foram citados órgãos como o CMBio e o CENTRU que estariam indo a serviço da Suzano. Devido ao acesso livre às comunidades, usam dessa confiança para convencer os trabalhadores e as quebradeiras de coco para defender o empreendimento além de vender suas propriedades.

A Suzano já estaria barrando o acesso das trabalhadoras às áreas de coco ou a locais de pesca do riacho Cinzeiro. Lideranças que resistem à tentação têm sido coagidas por representantes de órgãos que tem contato direto com a questão de garantir as condições necessárias à implantação da empresa Suzano, fato esse que deve ser comunicado ao ministério público para que acompanhe o caso.

Nesta quarta, (15), o seminário deve concluir com um documento reforçando o posicionamento dessas lideranças que não aceita a “escravidão” oferecida pelo empreendimento, sem o reconhecimento das reais necessidades dessas comunidades que são: a garantir e a manutenção dos babaçuais e o direito ao livre acesso.

3 comentários:

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  1. Genuina Ramos16 dezembro, 2010

    Caro Wilson Leite,

    segue esclarecimento da Suzano sobre o Seminário.
    Me coloco à disposição para mais informações.

    Genuina Ramos (jornalista)
    assessoria de imprensa Suzano (PI e MA)

    A Suzano Papel e Celulose esclarece que atua junto às comunidades do entorno de suas unidades de forma transparente, respeitando suas atividades e valorizando suas tradições.

    A empresa tem por principio estabelecer canais de relacionamento com diversos segmentos e está à disposição para dar continuidade aos diálogos já estabelecidos no Estado do Maranhão com entidades de base comunitária, movimentos sociais, instituições governamentais e não governamentais, bem como com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu.

    Vale ressaltar também que a Suzano tem como objetivo promover, em conjunto com as comunidades e diversos parceiros, projetos com o interesse de contribuir para a formação e fortalecimento dos mecanismos de geração de renda na zona rural, como o apoio na manutenção das cadeias produtivas locais do extrativismo e da agricultura familiar, potencializando relacionamentos para que o campo seja um espaço de oportunidades e desenvolvimento.

    Importante destacar ainda que a Suzano cumpre, rigorosamente, a legislação ambiental em vigor, com a conservação e apoio ao livre acesso aos babaçuais e respeitando a sociobiodiversidade.

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  2. Genuina Ramos,

    Conheço bem os objetivos dos grandes empreendimentos como a Suzano. Inclusive, preciso reconhecer a estratégia de ter em seus quadros pessoas que podem abrir as portas das casas dos camponeses possibilitando à empresa reduzir os conflitos com as comunidades que historicamente são reconhecidas na luta pelo direito ao livre acesso ao babaçu e ao direito a terra.

    A Suzano tem mostrado que não se diferencia em nada das demais empresas, mesmo que busque ser reconhecida com o jargão de promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais.

    Vamos combinar sim uma conversa (entrevista), antes preciso fazer um levantamento do que já foi feito por vocês como compensação social. E como vocês estão equacionando a questão da necessidade de vastas áreas de terra para a plantação de eucalipto com a conservação e apoio ao livre acesso aos babaçuais e respeitando a sociobiodiversidade, sendo que para ambos os casos há a necessidade de haver a terra, sei que para a legislação a Suzano pode ter uma reserva em outros estados para compensar o desmatamento que necessitarão fazer aqui no Maranhão.

    Mais o debate é muito mais complexo do que argumentos contrários e a favor.

    Deixe uma forma de mantermos contato para que possamos marcar essa conversa e registrar, faço questão de publicar em nosso blog.

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  3. Seu blog continua muito bom! Parabéns.
    Abraços.

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