quinta-feira, 21 de outubro de 2010

LIGAÇÃO A COBRAR PARA SERRA

Há dias ouço nos debates – entre o ruim e o pior da política brasileira – o assunto sobre privatização das Telecomunicações no Brasil, iniciada em 1998 pelo governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), há um vídeo onde ele concede entrevista para Revista “Veja” que afirma: “o maior defensor dos processos privatizatórios das empresas brasileiras foi José Serra”.

Na época em que foi desregulamentado os serviços de telecomunicações – como sempre a preço de banana –, o mundo estava engatinhando na telefonia móvel celular, a telefonia fixa no Brasil era muito cara e existia fila para se conseguir uma linha. Os governos ao invés de fazerem os investimentos necessários para a expansão e melhoria da estatal - Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebrás) criada em 1972 -, sucatearam-na para justificar posteriormente sua venda.

O principal argumento para justificar a privatização do setor pelo governo era que as empresas tinham o compromisso de aumentar o número de orelhões pelo Brasil a fora, um aparelho em cada quarteirão no prazo de cinco anos.

Doze anos se passaram e a realidade hoje é que o número de aparelhos públicos no Brasil ficou longe das previsões mais pessimistas. Um fator que um governo neoliberal do PSDB não contava era a evolução vertiginosa das tecnologias do serviço móvel celular. O reacionário FHC disse ainda na entrevista que o Brasil não teria condições de acompanhar essa evolução que vemos hoje.
A verdade é que a privatização dessa área estratégica para a nação nunca foi um negócio lucrativo aos brasileiros. Hoje é em grande parte controlada por empresas estrangeiras prestam um péssimo serviço e a tal agência reguladora ANATEL, criada por eles, sempre foi um escritório de negociatas. Foi entregue uma infraestrutura toda pronta, barata, e eles ainda dizem que a evolução do serviço e da pouca cobertura da rede de celulares é graças a eles.

Doze anos se passaram da privatização e há muitas cidades sem comunicação eficiente e sem cobertura de sinal de celular, o Maranhão como sempre é um dos mais atrasados também nesse assunto. As empresas privadas não têm interesse em cobrir as cidades que elas avaliam não ter demanda. Mais um exemplo de que privatização nunca foi e não será uma forma de garantir serviços aos trabalhadores. Dizer que temos um bom serviço no Brasil graças a esse processo idealizado por ele é o mesmo que mandar um torpedo para um orelhão de Imperatriz.

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