quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

FALTA DE SAÚDE NOS PEQUENOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO É CULPA DE IMPERATRIZ

Quem não conhece as desculpas do gestor municipal com relação à superlotações dos hospitais de Imperatriz? É um tal de municípios mandarem pacientes - dos mais simples procedimentos às altas complexidades - para que sejam atendidos em Imperatriz. Isso não é surpresa, se Imperatriz sempre foi uma referencia para o comércio e os serviços aos pequenos municípios da região na saúde não seria diferente.

Já falei do propagandismo do governo do estado com colocações de outdoors às margens de rodovias anunciando a construção de hospitais em praticamente todos os pequenos municípios da região, mesmo que saia do papel não é o suficiente para resolver o problema de atendimento aos trabalhadores - construção de hospitais é o menor custo no que se refere o investimento na saúde - desses municípios.

Tive a oportunidade de visitar vários municípios da região e uma coisa é notória: o problema mais grave deles não é a questão da falta de hospitais, mesmo que sejam construídos, pois é certeza que os prédios ficarão abandonados como muitos que conheço - só pra citar alguns: um em Montes Altos e outro em Capinzal do Norte - pelo simples fato que há defasagem de profissionais da saúde para trabalharem nos municípios.

Muitos profissionais da saúde (médicos, enfermeiras, nutricionistas) são verdadeiros mercenários, chegam a ter três a sete contratos em municípios variados da região, mas na verdade trabalham mesmo em Imperatriz. Além de terem vários contratos o valor fechado com as secretarias de saúde desses pequenos municípios é imposto pelo profissional, chegando a ser maior do que o do prefeito em muitos casos e não estou falando aqui de especialistas em neurocirurgia ou oncologia, mas sim de clínicos gerais.

Os gestores desses pequenos por sua vez fazem esses contratos, em muitas situações já sabendo que o profissional não dará expediente em seu município. Isso acontece porque o prefeito precisa demonstrar uma folha de pagamento com profissionais de saúde para que possa receber verbas do governo federal, um verdadeiro saque aos cofres públicos.

Até em Imperatriz esse esquema funciona, se não porque seria que um gestor ao abrir um concurso público para médicos põe um valor tão baixo como salários? Simples é mais lucrativo dizer que não têm concorrentes e contratar um consórcio de profissionais para suprir as necessidades.

Se Imperatriz quer estar na vanguarda do desenvolvimento da região precisamos investir na formação de profissionais da saúde para que passe a atender os municípios da região, mais não basta ter centros de ensino, é preciso que os filhos dos trabalhadores de Imperatriz e da região sejam o foco principal para esses cursos. Apenas eles teriam o interesse em prestar serviços aos seus conterrâneos, não pense que o filho de um fazendeiro ou grande empresário vá se formar para ser um servidor público de um pequeno município, no máximo abrirá um consultório particular em Imperatriz.

2 comentários:

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  1. Não é o fato de um estudante ser de família abastada ou não que definirá a sua atuação profissional. O respeito ao outro e a função social de cada profissão não nasce em uma família humilde e sim do caráter de qlqr família seja rica ou pobre.

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  2. Sr. Anônimo,

    Se assim fosse esse problema não existiria, basta fazer uma pesquisa de quantos filhos de latifundiários da região se formam em áreas da saúde e quantos prestam serviços na sua cidade. Muitos deles se formam em universidades públicas, mas não há nenhum interesse deles em prestar um concurso para trabalhar em pequenos municípios - mesmo que tenham um status de deuses - preferem ter seu consultório ou ir para uma grande metrópole.

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