Os ciclos econômicos de ascensão do modo de produção capitalista já são conhecidos por aqueles que estudam os mecanismos da economia baseada na exploração inconseqüente da natureza e do homem. Muitos que se abstém de observar os fatos históricos-econômicos que mostraram várias vezes que essa ascensão é passageira tentam convencer a todos dessa estabilidade. Até mesmo em bons tempos de uma economia mais agitada a grande parte da massa produtiva não encontra espaço e oportunidade de se aproveitarem desse momento.
Imperatriz também sofre influência desses ciclos econômicos, como uma tsunami tem seu epicentro uma determinada coordenada a economia também se sustenta periodicamente em um determinado setor produtivo, que deixa visível o aquecimento. Há cerca de quinze anos a construção civil em Imperatriz não tinha uma participação significativa como vem tendo nesses últimos seis anos. Grande parte desse aquecimento para atender uma demanda reprimida e uma necessidade de modernização no padrão habitacional da cidade.
O mais interessante disso tudo é ver que a elevação da economia em Imperatriz é facilmente atribuída a uma gestão que tem dois anos. Todos os investimentos privados na construção civil (vertical), vinda de empresas e retorno de outras, e, expansão de bairros e construções populares, tudo isso é obra e graça de um governo, no mínimo os atuais gestores consideram que todas as pessoas que residem em Imperatriz sejam funcionário comissionado dessa gestão para acreditarem nessa afirmação.
Ficar proclamando que esse ciclo é em função da gestão é um risco muito grande, haja vista, a decepção dos eleitores desse gestor que era anunciado como um redentor das mudanças. A qualquer momento o fim da bonança promovida pelo capitalismo pode chegar, aí, o declínio dessa economia tende a ser numa velocidade superior à fase de crescimento.
A questão é que não é. Independente da gestão o aquecimento econômico de Imperatriz tem outras origens. Ao invés da gestão tentar iludir com falácias precisam se preocupar em como o que é de fato responsabilidade do poder público, fazer sua parte na preparação da infra estrutura urbana e de serviços públicos para garantir o atendimento da demanda que é proporcional ao crescimento o econômico que desperta a migração para a cidade.
Com relação a isso a prefeitura não discute. Na questão educacional a pesar de garantir toda criança na escola, por exemplo, esquece que essas crianças estão em unidades escolares privadas inadequadas e com super lotação. Na saúde o caos na rede pública obriga até o próprio gestor – que por força do destino também é médico – exercer sua profissão de formação já que sua gestão não consegue equacionar o problema, mas a questão não se resolve com o próprio gestor fazendo consultas. Transporte público, essa área já é um grande gargalo que tende a se tornar um empecilho para o progresso, incentivar o transporte individual torna o trânsito nas ruas precárias e elevação ainda maior no custo com a área de saúde, devido aos altos índices de acidentes.
Precisamos ter consciência que no capitalismo nada é pra sempre, e que em momentos de crises o fardo mais pesado fica nas costas dos trabalhadores. Imperatriz se sustenta numa economia de serviços, ou seja, não agrega riqueza, também não há uma distribuição dessa riqueza à classe operária nesse modo de produção.
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