GOVERNABILIDADE EM 2002, CONCILIAÇÃO EM 2011

No primeiro mandato do PT na presidência da república representado pelo operário que virou presidente, Luís Inácio Lula da Silva, a palavra de ordem era “governabilidade” que significou a declinada para a direita do governo que seria dos trabalhadores e, as alianças com o coronelismo de Antônio Carlos Magalhães da Bahia e a oligarquia Sarney do Maranhão sem citar outros grupos da elite brasileira.

Não podemos negar que esses acordos deram os resultados esperados, basta relembrar os vários escândalos de corrupção descobertos durante os oito anos do governo Lula, sempre amortecidos pelos partidos da base aliada que têm seus tentáculos espalhados nas comissões legislativa e no judiciário.

Em 2011a primeira presidente eleita da republica brasileira põe mais uma palavra no cenário governista – CONCILIAÇÃO – com objetivo de um governo cada vez mais de direita. Aproximar seus irmãos siameses que se encontram separados por uma ténue oposição pelo poder. Tal objetivo não será difícil de alcançar pois o governo que se inicia tem dado garantias da manutenção da política neoliberal iniciada no governo do PSDB dirigida por Fernando Henrique Cardoso. Tem atendinda prontamente os interesses do capital internacional, do agronegócio e da elite nacional representada mais explicitamente pelos partidos que hora dizem ser oposição: PSDB, PPS, PR, DEM.

Esse exemplo dado pelo partido que tinha história na representação dos interesses dos trabalhadores, hoje é apenas história pois na prática não passa de mais um partido que tem os exploradores seus principais aliados. Tanto a governabilidade quanto a conciliação deixará a classe trabalhadora cada vez mais escravizada, e o pior de tudo, uma falsa certeza de que não adianta lutar por um poder concreto dirijido pelos trabalhadores.

O governo que continua com Dilma Rousself/PT terá o segundo papel histórico na história brasileira, caso se concretize seu intuito; o primeiro foi feito por Lula, governando ao lado das grandes oligarquias nacionais, o segundo será trazer a falsa oposição para que governem juntos. Uma conciliação nacional em favor do projeto neoliberal travestido de progressista.

Nunca vi na história da humanidade a conciliação do antagonismo, elite versus proletariado, trouxesse algum beneficio permanente para os trabalhadores. Em momentos de crise do capital a classe operária é sempre a convocada para pagar a conta das negociações conciliatórias de classe. Mas na verdade não vejo a conciliação pretendida por Dilma Rousself como uma conciliação de classe pois o PT deixou claro desde 2002 que já não representava mais os trabalhadores e que fará tudo para manter os trabalhadores, movimentos sociais e os sindicatos na ilusão de que ainda atenderão suas reivindicações históricas por emprego, terra e salário.

O que resta àqueles que tem a verdadeira consciencia de classe é a denuncia do que representa o continuismo desse governo, reafrmando sempre as propostas de um rompimento direto e aberto contra o capital e à propriedade privada. Acreditando sempre na força da classe trabalhadora como fonte de uma construção sólida de uma sociedade sem classe e sem miséria