quarta-feira, 22 de julho de 2009

3º ENCONTRO DE NEGÓCIOS DO CESTE, PRA QUEM?

Estive no evento que soou mais falso de que uma moeda de três reais – logotipo usado para o encontro – foi o encontro promovido pelo grupo CESTE – Consórcio Estreito Energia que demonstrou como está o andamento e os recursos financeiros empregados na obra.

O inicio da apresentação foi um vídeo mostrando as realidades da natureza, fauna e flora e das populações da região, principais afetadas com o empreendimento.

O engenheiro geral dissertou sobre os dados técnicos da obra alem de destacar as facilidades de acessos (rodovia BR-010, ferrovia norte-sul, aerporte de Imperatriz, etc) encontrados para a realização da mesma, até mesmo as vantagens e potencialidades técnicas do rio Tocantins – a exemplo da capacidade de vazão do vertedouro 62 mil m3/s, 31 vezes a do Rio São Francisco que chega a 2 mil m3/s. Dentre muitas vantagens também citou a agilidade que a obra teve na realização da concretagem que em média dura de 24 a 27 meses a UHE levará 17 meses para que haja o desvio do rio que ocorrerá no próximo mês de setembro.

Na prática o evento mostrou aos empresários que o empreendimento houve a necessidade de englobar muitas empresas, mas ao mesmo tempo, as empresas citadas como a OAC, ALCOA, VALE, etc, grandes corporações que consorciadas levam a quase totalidade dos recursos, sobrando assim migalhas para empresas terceirizadas e/ou “quarteirizadas“ que servem às necessidades mínimas das que compõem o CESTE.

Com relação aos postos de trabalho abertos todos os palestrantes foram categóricos que o pico já foi alcançado, cerca de 21 mil operários nas diversas funções da construção civil. Com o fim da concretagem da barragem, restará, então, a contratação mais especializada para montagem da parte eletromecânica para a geração do produto, energia.

A nova realidade imposta com a retirada de populares das áreas, deslocamento urbano de cidades atingidas - totalizando mais de 2 mil famílias -, fim dos postos de trabalho para a cidade de Estreito que teve um aumento populacional e as mazelas trazidas pela falta de oportunidades numa economia capitalista, ainda, teremos que engolir com água a imersão de mais de 9 hectares de vegetação para a formação do lago que chegará a 400 km2, sem contar com a calha do rio.

Outras hidroelétricas estão previstas para serem construídas no Rio Tocantins, o Maranhão e o Governo Federal precisam mudar radicalmente a postura e questionar: para quem e para quê tais empreendimentos? O Maranhão tem grande capacidade energética mais sua população paga uma das mais altas tarifas. Mais uma vez fica provado para que serve os grandes empreendimentos, como foi o projeto Suzano Celulose que depois se concretizou na produção de carvão vegetal para alimentar as siderúrgicas de Açailândia e depois de muitos anos trazem novamente o discurso da implantação desta indústria na região, quais serão os verdadeiros impactos?

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