quarta-feira, 17 de abril de 2013

A APATIA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL NA SOCIEDADE NEOLIBERAL

A história da luta de classe no Brasil é escrita por muitos momentos onde a juventude teve um papel importante contra a ditadura militar e contra os ataques dos governos mais reacionários que já governou o país. Conseguiram, nas lutas, fortalecer duas das principais entidades estudantis (UNE-União Nacional dos Estudantes e UBES-União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) durante a década de 80.

Apesar dessa história de luta ao lado de movimentos sociais, de sindicatos e a sociedade civil hoje a juventude estudantil não é mais reconhecida com uma força de questionamento, de transgressão ou de liberdades sociais. Hoje essas mesmas entidades estão atreladas aos governos neoliberais que atacam a escola pública, precarizam o ensino em todas as esferas nas barbas dessas mesmas entidades e da juventude estudantil apática diante dos ataques.

Já na década de oitenta artistas, principalmente músicos, usaram letras que questionavam a apatia da juventude frente aos fatos que ocorriam na falsa democracia burguesa brasileira.

“Pois aquele garoto/Que ia mudar o mundo/Mudar o mundo/Agora assiste a tudo/Em cima do muro/Em cima do muro... (Ideologia, Cazuza)”


As universidades de hoje são indústrias de geração de mão de obra para o mercado (de reserva), onde o principal objetivo que a juventude busca na universidade é um pedaço de papel que lhe dê condições de disputar com milhares de outros jovens uma vaga de trabalho. A universidade deixou – em sua maioria esmagadora – de ser um local de construção de pensadores para a transformação social, no máximo querem se conectar a sociedade da barbárie que é a apresentada pelo modo de produção capitalista.
Fruto desta formação pensada para a manutenção de uma juventude despolitizada, alheias aos questionamentos da sociedade e à atuação como seres de uma classe – grande parte da classe mais explorada, os operários – se reflete nas discussões que a cada dia vem se fortalecendo com a hegemonia da economia capitalista e a ideologia neoliberal, a do “apartidarismo”, do fim da história, de que todos têm as mesmas oportunidades quem não as conquistou é porque não quis. Dizer que isso é “anarquismo” é uma grande burrice, os anarquistas não pregam seu descolamento da luta de classe, do apartidarismo no sentido de que não fazem parte de uma classe social explorada e para isso precisam estar unidos para o confronto contra o Estado.

O movimento estudantil, dentro das escolas e universidades, tem o principal motor para a transformação da sociedade, a juventude: 

“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética.” (Che Guevara)

As criticas de alguns marxistas em relação à juventude e o movimento estudantil, pelo fato de não estarem de forma direta sendo explorados pelo modo de produção e, segundo esses “não serão capazes de iniciar o movimento revolucionário” cai em contradição ao vermos na história a juventude estudantil ao lado dos operários nas grandes greves e ao lado das lutas dos campesinos pelo direito à terra.

Mas a história não acabou! Todos os dias nascerão novos jovens, novas entidades estudantis (ANEL-Assembleia Nacional dos Estudantes Livres) e o papel que elas tem e os partidos políticos, o meio acadêmico e o instinto natural da juventude a busca por uma ideologia pra viver, pode até não ser o socialismo ou o capitalismo, mas o próprio capitalismo os empurrarão para a busca de uma nova sociedade, que com toda certeza será uma sociedade sem exploração e com as liberdades imposta pela maioria.

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