No momento em que o modo de produção capitalista superou o modo feudal de produção, principalmente após a primeira revolução industrial com a utilização de máquinas e suas linhas de produção, conseguiu extinguir muitos postos de trabalho, pois grande parte das tarefas durante a produção artesanal e manufatureira foi assumida por equipamentos que precisavam apenas de um ou poucos homens para operá-los.
Fabricação de tecidos, sapatos, móveis, equipamentos etc., deixaram de ter uma relação artesanal, que ocupava grande parte do tempo do homem passaram a ser produzidos em massa com o desenvolvimento de novos processos de produção como o fordismo e o toiotismo, que buscaram o mínino de trabalho manual e o mínimo de relação do trabalhador com o bem acabado para assim melhor aproveitar o tempo para a geração de mais mais-valia, que é o que realmente importa ao capitalismo. Ressalto que máquina precisa apenas de manutenção, não faz greve e nem reivindica direitos.
Nessa busca frenética por aumento de produção e alienação do trabalho chegamos ao nível de desenvolvimento tecnológico que permite certos trabalhadores produzir sem sua presença física nas fábricas ou escritórios sem o contato com sua ferramenta de trabalho, isso pode ser feito remotamente. A finalidade é uma só: afastar ainda mais os trabalhadores da afirmação de quem gera a riqueza é o trabalho realizado por eles na transformação da natureza. Muitas profissões têm caminhado a passos largos nessa perspectiva: médicos que operam controlando equipamentos do outro lado do mundo; profissionais que gerenciam empresas fora do espaço físico das mesmas via e-mail, celulares, vídeo conferencia etc. Para burguesia isso não é ruim, pois reduz custos com logística e ainda tem seus funcionários produzindo por mais tempo, pois o cartão de ponto já não determina a realização ou não de horas extras.
Apesar desse desenvolvimento há uma produção que não pode ser moldada aos interesses do modo de produção capitalista: a produção artística de quadros, esculturas, instrumentos musicais, malabares, etc. Os trabalhadores que produzem arte (no sentido literal) são os únicos que ainda tem uma relação profunda com os produtos que criam; uma relação que dá uma consciência do verdadeiro valor do trabalho – mesmo não sendo remunerados como deveriam, conhecem todas as partes e detém o conhecimento amplo e a técnica para produzi-los. Neste contexto não há espaço para a divisão social do trabalho.
Os artesões não medem o valor de sua riqueza na quantidade estocada de produtos, mas na beleza e na exclusividade em que cada bem assume durante sua relação de produção. Não é por acaso que a produção de bens artesanais é, de certa forma, marginalizado numa sociedade capitalista.
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