Há quem sinta ainda a essência do que seria política: a nobre arte de cuidar da cidade. Uma essência grega organizada pelos romanos. Tempo em que a oratória e as discussões giravam em torno do bem comum. Muitos séculos passaram, muitas mudanças ocorreram na cultura, na arte, ciência e tecnologia e etc.. Mudanças, principalmente, no cenário político. A política se confunde com politicagem, seu conceito vive desgastado pela sociedade e o político encarna o papel de ator corrupto e refém da burocracia de uma justiça que não é cega. Existe a permanente aliança entre poder econômico e política. No Maranhão não é diferente. Nossa situação é catastrófica.
Vivemos numa tirania constante, de um grupo de famílias e de pessoas que mantém o poder estatal. Aqui as pessoas se conhecem pelos sobrenomes e não como agentes políticos. Vivemos sufocados pela “miséria cultural” provocada por interesses, pessoais e particulares, entre as famílias poderosas. É tudo muito intimo, particular e individual. Sentimos e vivemos a exclusão social. Famílias enriquecem e garantem o futuro de seus filhos e netos através do dinheiro publico. Existe uma ideologia dominante que é responsável por manter a ordem, a disciplina, o adestramento e a manipulação dos eleitores na hora do voto. É tudo muito estratégico e caro aos cofres públicos. O povo e a classe trabalhadora, não consegue, se quer, exercer os seus direitos fundamentais, ainda que garantidos na constituição, pois, quem bate o martelo, no final, é um sistema jurídico manipulado pela oligarquia familiar de um grupo de governantes. O estado brinca com o povo e sorri de sua miséria. A educação, em vez de formar cidadãos críticos, cria marionetes a serviço do poder dominante. Alunos são tratados como números para estatísticas manipuladas por veículos de comunicação dos grandes “empresários políticos”. O povo não tem direito a uma educação publica de qualidade, muito menos, tempo disponível ao lazer cultural e esportivo. A “casa do povo” atual assembléia legislativa do estado, só tem interesse com seus próprios problemas. Ali reina uma verdadeira universidade de dissimulação. A única verdade é a retórica camuflada em personagens teatrais que se tratam como vossas excelências. Infelizmente os responsáveis por formular e aplicar leis em beneficio da cidade, não beneficiam o povo, ou melhor, nem se quer deixam-no entrar em sua casa. A casa do povo não beneficia o povo e se justificam com discursos manjados e camuflados pela burocratização da política nacional.
Enfim, voltemos à pergunta inicial: existe política no maranhão? Diante do exposto, creio que vivemos tempos catastróficos. Sabemos o que tem que ser feito mais não fazemos. Afirmo que não existe atualmente política no maranhão, mas somente uma brincadeira entre famílias rivais que não se importam com o bem comum do cidadão, com sua educação e com sua cultura. Enquanto cidadão, creio que vivemos refém de uma ditadura que manipula e rompe com o espírito critico do ser humano, negando os seus direitos fundamentais. Diante de tudo isso, sinto em meu espírito a sensação de que a única diferença do poder exercido pela tirania político-familiar maranhense e o nazismo, é que nosso ditador se esqueceu de raspar mais o bigode. (Lucio Costa, prof. de Filosofia da rede estadual nas cidades de Arari e Vitória do Mearim).
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