Oculta, tu estás presente;
Antigo e recente te sinto;
E sinto muitas vezes, gosto de absinto;
Percebo a propagação do verbo, velozmente;
Visualizo nas ondas, vozes estridente;
Procuro no obscuro um ponto de luz no escuro;
Viajo continuamente deslizando em massas ardentes;
Desviando-me de descargas elétricas incandescentes;
Tocando em cada porta que se abre e fecha
incalculavelmente;
Em portas largas, palavras eufóricas se propagam em ondas, incansavelmente;
Na porta estreita, perguntas e respostas sussurram,
continuamente;
Peço, declaro autoritariamente;
Luz propaga-se suavemente;
No obscuro, o brilho;
A luz radia novamente;
Tu estás presente, na face;
Na face oculta da mente.
Rubem Machado
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