Ondas mecânicas
(movimentação do som, das águas), ondas eletromagnéticas (luz, sinal de rádio)
todos os tipos têm algo que gera sua propagação. Em 2013, após vários anos (as últimas foram nos anos
90 com o MST) de acomodação social, não víamos no Brasil uma “onda” de
mobilização social como foi a gerada pelo aumento em R$0,20 centavos na tarifa
de transporte público e, não só por ele.
Apesar de nossas
críticas à falta de uma direção coerente ao movimento de 2013 observamos que o
principal legado das mobilizações foi a de mostrar a uma grande parcela da
população dessa nova geração uma das formas mais eficazes de trazer a atenção
dos governos para as demandas reais da população trabalhadora, coisa que essa
geração não havia tido contato devido ao refluxo da organização social com a
chegada do PT ao poder dirigindo a máquina burocrática do Estado burguês e sua
cooptação final ao capital como vemos nos dias de hoje.
O principal legado
das mobilizações de julho de 2013 - contra o aumento das tarifas de transporte público - foi justamente seu poder pedagógico
propiciado às massas, com suas falhas e seus acertos no que diz respeito a
necessidade a uma centralidade das ações e de um maior peso político-ideológico
que só uma classe em si pode propor aos demais.
O que vemos com as
mobilizações no início de 2015 com os caminhoneiros em todo o Brasil,
metalúrgicos em São Paulo e professores no Rio Grande do Sul é fruto desse
poder educativo das ondas sociais em movimento que tem um víeis mais radicalizado
e, apesar de demandas pontuais e imediatas, contribuem ainda mais para um
despertar da consciência de classe. Ao colocar às claras a posição entre os
interesses dos patrões e o dos trabalhadores de um governo que
apesar de tentar conciliar ambos os lados não reconhece a ganancia dos
capitalistas em subpujar qualquer benesse social em detrimento aos seus lucros
provenientes da exploração do trabalho assalariado.
Para qualquer
governo, o que está acontecendo abre precedentes indesejáveis aos interesses do
poder, sem contar que, de um lado a população cobra suas demandas e de outro os
patrões não admitem que o governo recue na garantir do acordo para tê-los como
aliado. Cabe a nós – como membros da classe trabalhadora - apoiar as ondas que
se propagam, lembrando as que ocorreram e as que ocorrem pelo mundo demonstram que a classe trabalhadora só alcança êxito em seu reconhecimento como
classe na luta direta.
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