quarta-feira, 29 de maio de 2013

VIDA DE PEÃO

O rojão é duro, uma semana pesada de trabalho e no fim de semana tenho que recuperar as forças para continuar buscando o pão de cada dia no trabalho, para alguns mais jovens ainda dá tempo para uma cachaça no boteco para ajudar a aliviar a pressão dos encarregados.

Acordar antes do amanhecer, despedir sem que a companheira acorde, e dar uma rápida olhada nos filhotes. O percurso ao trabalho não é longo, mas o busão tem que passar em vários bairros da periferia para pegar meus companheiros de obra.

Em alguns momentos, cansado dessa vida de cão fico-me comparando com um escravo africano nos tempos do Brasil colônia, eles tinham os ferros nos punhos e um capataz para obrigá-los. Nós, nesses tempos modernos temos um PIS e uma carteira de trabalho como amarras e um cartão de ponto como capataz a fazer que eu cumpra horário. A vigilância no trabalho não foi substituída, tanto os escravos como nós, também temos companheiros – escravos pela função – para nos “açoitar” caso façamos corpo mole.

No canteiro, não temos apenas homens e mulheres usando seus braços para realizar as tarefas da obra, temos verdadeiros matemáticos, artistas, cientistas. Em meio aos ferros que precisam ser dobrados para virar estribos retangulares e triangulares; no preparo da massa com suas mais diferentes misturas de materiais seja para concreto, levante ou reboco; os carpinteiros montando com maestria as estruturas de madeira para receber o concreto, até os andaimes; todos os trabalhos resultando numa bela estrutura erguida a partir do início do alicerce até o último retoque no acabamento.

Apesar da vida sofrida de peão, onde temos que escolher entre servir aos patrões nas condições em que não somos valorizados pelas realizações da construção, colocados numa opção ou isso ao nada. Acabamos escolhendo isso para poder criar nossos filhos buscando melhores condições para que eles cresçam e conseguiam uma vida melhor.

Os resultados de nosso trabalho estão espalhados pelas cidades em forma de ruas, pontes, edifícios etc. Temos orgulho de passar em frente a um prédio que ajudamos a construir, mesmo que seja para uso apenas dos patrões, os mesmos dos quais só ouvíamos ou víamos em raros momentos em que vinha acompanhar o andamento da obra.

Com uma mistura de orgulho, satisfação e também de raiva, contida para não deixar que nossa família perceba, apontamos o resultado de tanto sacrifício e ausência na criação dos filhos, um prédio alto, com uma fachada que reflete nossas caras, não tem como não lembrar dos versos da música CIDADÃO (Lúcio Barbosa):

Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
(..)

Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar

(..)

4 comentários:

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  1. Meu camarada Wilson você foi muito preciso , parabéns
    Marcos.

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  2. WILSON LEITE, PORQUE O CASO DO AÉRCIO NEVES, SOOB DESVIO DE VERBAS, NÃO APARECE NA MIDA, NOS TELEJORNAIS, GOSTARIA QUE VOCÊ FISESSE UMA MATERIO SOBRE ISSO.

    AGRADESSO

    VEJA SÓ A MATERIA.

    PARAIBA.COM.BR




    TJMG confirma: Aécio Neves é réu e será julgado por desvio de R$4,3 bilhões da saúde
    29/05/2013 | 16h38min

    Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu que o senador Aécio Neves continua réu em ação civil por improbidade administrativa movida contra ele pelo Ministério Público Estadual (MPE).
    Aécio é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde em Minas e pelo não cumprimento do piso constitucional do financiamento do sistema público de saúde no período de 2003 a 2008, período em que ele foi governador do estado. O julgamento deverá acontecer ainda esse ano. Se culpado, o senador ficará inelegível.
    Desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde no estado. Conseqüência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação essa que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue.
    Recurso
    Os desembargadores Bitencourt Marcondes, Alyrio Ramos e Edgard Penna Amorim negaram o provimento ao recurso solicitado por Aécio Neves para a extinção da ação por entenderem ser legítima a ação de improbidade diante da não aplicação do mínimo constitucional de 12% da receita do Estado na área da Saúde. Segundo eles, a atitude do ex-governador atenta aos princípios da administração pública já que “a conduta esperada do agente público é oposta, no sentido de cumprir norma constitucional que visa à melhoria dos serviços de saúde universais e gratuitos, como forma de inclusão social, erradicação e prevenção de doenças”.
    A alegação do réu (Aécio) é a de não ter havido qualquer transferência de recursos do estado à COPASA para investimentos em saneamento básico, já que esse teria sido originado de recursos próprios. Os fatos apurados demonstram, no entanto, a utilização de valores provenientes de tarifas da COPASA para serem contabilizados como investimento em saúde pública, em uma clara manobra para garantir o mínimo constitucional de 12%. A pergunta é: qual foi a destinação dada aos R$4,3 bilhões então?

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  3. Eu sou teu adversario01 junho, 2013

    Wilson,estes teus leitores,anonimo da paraiba e Lazaro Cardoso,o teu blog perde muito em qualidade.São semi analfabetos,que ofendem os teus outros leitores.Peça à eles,que evitem tais postagens,e que as mandem para o semi analfabeto Carlos Hermes,pois ficarão mais bem representados.Eu sou teu adversario

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  4. tuniquinho01 junho, 2013

    Esse teu adversario esta com nada.Eu çou seu eleitori ,e sei escrevero muito ben.Se eu poçe escreero do geito que o meu profeçõr carlos hermes mi insino,não tm nada de erado.Mande ese teu adversario para a baixa da egua,mesmo ele sendo comunista inguau a nos,e fica ai criando caso,
    Adversario do Wilsom,mostre a sua cura,pois quero mostrar que vosse não entende de nada,só em ser cumunista ingual ao Wilsom,e ao meu professor carlos hermes.Tudo que sei,eu apreendi com ele,por isto sou tão conpetente.Abrassos Tuniquinho do pe de galinha

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Não veto comentário de ninguém, pois apenas os covardes se escondem por trás de um anonimato. Não seja você um.