sexta-feira, 30 de março de 2012

POR ISAC SANTOS: Consumo é igual à liberdade ou liberdade é consumo?


A reflexão filosófica burguesa sugeriu a liberdade como o desejo de possuir, por conseguinte tornou o homem livre no ato do consumo e assim fez duas tragédias na vida: a primeira de privar todos os homens da liberdade, na medida em que estes estejam despojados do capital, a segunda de ter tirado os meios de consegui-la. A burguesia erradicou do seio social, simultaneamente, tanto a vontade presente de ser livre como sua projeção futura, num só golpe eliminou toda liberdade individual.


Se o mundo material é uma extensão do espiritual então a liberdade foi suprimida como um todo, passou das barreiras da carne e foi cingir o espírito, atingiu esse campo subjetivo, tanto alvejado pela arte e ciência, coisa única na história humana. Fundiu o consumo à liberdade, a dimensão subjetiva à relação de compra e venda, deu um caráter monetário ao ser livre, banhou poucos com o poder de compra, portanto com o status da liberdade e desta condição surgiu toda servidão material, intelectual e religiosa, servidão que tirou toda identidade individual para transforma os homens em senhores ou servos do consumo, porém como contraponto deste processo relutou o caráter incondicional da liberdade e fez dela baluarte da compreensão humana, requisito fundamental do homem enquanto ser social, enquanto indivíduo dotado de razão e discernimento reclamou ainda o direito natural de ser livre, que notadamente estruturou as colunas de todo progresso humano, mas esta oposição não foi suficiente na proporção  em o reconhecimento tácito de ir, de ter  e ser não atingiu sua plenitude, e finalmente foram legados apenas  os vestígios da liberdade, através  da retórica, filosofia e história impressos no papel e na memória da imaginação.


Isac Santos, universitário do curso de administração/UEMA e militante do PSTU/ITZ

Um comentário:

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  1. Duas coisas:
    Primeira: o segundo parágrafo é quase incompreensível, mas desconfio que esteja tentando provar a declaração do primeiro.
    Segundo: o primeiro parágrafo tem lá uma idéia que se pode resgatar: a burguesia ao equiparar liberdade à consumo - coisa altamente questionável -, eliminou por completo aos "despojados do capital" a possibilidade de serem livres. Se em Cuba as pessoas pudessem livremente manifestar seu pensamento seria interessante perguntar-lhes: Desde 1959 os senhores sofrem restrições ao consumo; pois bem, os senhores são mais livres desde então? Pergunta oposta poderia ser feita aos cubanos de Miami/EUA que fugiram da "liberdade do consumo" e foram morar onde há "liberdade de consumo": Os senhores certamente enganaram-se ao sair do "território livre das Américas"; querem voltar para o socialismo para terem devolvida sua verdadeira liberdade?

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